O presidente da Federação das Associações de Municípios da Paraíba, George Coelho, criticou com veemência o uso político da pauta da Enfermagem e mostrou dados sobre a falta de recursos dos municípios para efetivar o pagamento da piso da categoria sem apoio do governo federal. A Famup fez um levantamento junto às cidades paraibanas e constatou a dificuldade que as prefeituras enfrentam para o pagamento do novo valor aos integrantes do segmento de Enfermagem.
George Coelho lamentou a movimentação política em volta do tema e pediu que o assunto seja tratado de maneira responsável e atenta, também, à realidade das pequenas cidades. Ele pontuou que nenhum prefeito ou prefeita é contra o piso, somente busca condições para conseguir viabilizar o pagamento. O dirigente ressaltou ainda que é necessário que o governo federal ajude no custeio, tornando assim possível o cumprimento do valor previsto na Proposta de Emenda à Constituição.
“Os municípios não têm meios para pagar o valor fixado. Este é um fato, não é falácia, e é baseado em pesquisa, levantamento e dados. É triste ver que parlamentares têm utilizado essa pauta de maneira política sem considerar também a realidade das cidades. Reconhecemos a importância dos enfermeiros e, por isso mesmo, queremos que as coisas sejam feitas da maneira correta, com o apoio do governo federal”, afirmou, textualmente.
George lembra que o governo federal já custeia o pagamento de outras categorias da saúde, como os agentes comunitários de saúde e de combate a endemias. Com uma arrecadação muito maior do que cidades, o repasse da União tornaria possível o pagamento do piso. Sem esse auxílio há risco de suspensão das atividades, o que pode desencadear uma crise na saúde pública, com uma onda de desemprego e falta de assistência na rede de saúde pública.
Eis os custos levantados pela Federação: João Pessoa – R$ 9 milhões por mês, Campina Grande – R$ 4,2 milhões por mês, Sousa – impacto de R$ 3,4 milhões por ano, Patos – impacto de R$ 1 milhão por mês, Cabedelo – impacto de R$ 999.582 por mês, Guarabira – R$ 900 mil por mês, Sapé – R$ 270 mil por mês.