Reportagem do “Congresso em Foco” informa que um seleto grupo de 61 ex-senadores custa aos cofres públicos mais de R$ 14 milhões por ano. Isso porque, mesmo aposentados, nomes como José Sarney (MDB-AP), Delcídio do Amaral (PTB-MS) e Jorge Viana (PT-AC) continuam cobertos pelo plano da Previdência no Congresso Nacional. O ex-senador paraibano Cícero Lucena, atual prefeito de João Pessoa, foi citado entre os beneficiados.
O maior montante é pago a Eduardo Suplicy, do PT, atualmente vereador de São Paulo – cerca de R$ 38.395,18 mensais. Em seguida, vem José Agripino Maia (União Brasil-RN), com R$ 38.282,91. O ex-presidente José Sarney (MDB-AP) é o terceiro maior beneficiário e recebe R$ 33.792,26 por mês. Esses valores são quase quatro vezes maiores do que o teto do INSS, atualizado para R$ 7.507,49 em 2023. Os dados foram obtidos no Portal da Transparência do Senado e consideram os valores de janeiro de 2022 a janeiro de 2023. Portanto, não incluem ex-senadores que tenham deixado o Congresso neste ano. A atual legislatura tomou posse em primeiro de fevereiro e, da Paraíba, aposentou-se Nilda Gondim (MDB), que concluiu o mandato de José Maranhão, vítima de complicações da Covid.
O valor total de R$ 14,3 milhões nao inclui outras regalias que os senadores aposentados possam receber como gratificações natalinas, planos de saúde e mais pensões do poder público. Como exemplo, Sarney recebe mensalmente mais R$ 14.278,69 como ex-analistas jurídico do Maranhão. Já Antônio Carlos Valadares (PSB) ganha R$ 28.178,92 como ex-senador e R$ 26.586,68 como ex-governador de Sergipe. Atual presidente do BNDES, Aloizio Mercadante também recebe aposentadoria no valor de R$ 17.962,66, correspondente ao seu único mandato no Senado, que ocorreu de 2003 a 2010. Mercadante, no banco estatal, tem salário de R$ 80.838,38.