O economista paraibano Maílson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda, disse aos deputados do Grupo de Trabalho sobre a Reforma Tributária que o país não pode perder a oportunidade de fazer a reforma agora, já que as resistências ao tema são menores. Conforme ele, as resistências que permanecem decorrem de “visões incompletas” do que está sendo proposto. O grupo analisa as propostas de emenda à Constituição 45/29, da Câmara e 100/9.
Maílson revelou que o Imposto sobre o Valor Agregado, que deve unificar cinco tributos sobre o consumo (IPI, PIS/Pasep, Cofins, ICMS e ISS) é um modelo consagrado no mundo e deve melhorar o resultado do crescimento da economia. Ele sustentou que o Brasil há cinco anos cresce menos que os países ricos e um dos motivos é o sistema tributário.
O coordenador do GT da Reforma Tributária, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), anunciou que dentro de um mês o grupo divulgará um relatório com os pontos da reforma que foram consenso no colegiado. O deputado federal paraibano Aguinaldo Ribeiro, do PP, admite sugerir mudanças nos impostos sobre patrimônio. O professor de Economia da Unicamp, Eduardo Fagnani, concordou com o diagnóstico e sugeriu a taxação de lucros e dividendos, além da reformulação de impostos sobre patrimônio como IPVA e ITR. Segundo Fagnani, o Congresso não pode deixar isso para depois. Segundo o deputado Jonas Donizete (PSB-SP, o governo já se comprometeu a enviar a reforma do Imposto de Renda no segundo semestre e ela depende apenas de lei ordinária, apesar do deputado Aguinaldo Ribeiro ter previsto mudanças agora nos impostos sobre patrimônio.