Nonato Guedes
Nascido em agosto de 1989, ano em que se realizaram as primeiras eleições diretas à Presidência da República no pós-ditadura militar, o advogado Lucas Ribeiro Novais de Araújo tem sido uma revelação promissora no cenário político paraibano no papel de vice-governador, neste segundo mandato do governador João Azevêdo (PSB). Ele é integrante de uma família política tradicional com raízes em Campina Grande, sendo neto do ex-deputado e ex-prefeito Enivaldo Ribeiro e filho da senadora Daniella Ribeiro (PSD), além de sobrinho do deputado federal Aguinaldo, com quem divide militância no PP. Como vice-governador, em pouquíssimo tempo tem se revelado quadro político participativo nas ações oficiais, ora acompanhando João Azevêdo no compartilhamento delas, ora cumprindo missões delegadas dentro da tática de agilizar medidas e obras públicas para que a atual gestão possa corresponder aos compromissos defendidos na praça pública.
No final de semana, por exemplo, ele cumpriu agenda com vereadores campinenses para tratar do encaminhamento da construção do novo Hospital de Clínicas de Campina Grande, em processo de licitação, e destacou a importância do empreendimento para ampliação da oferta de Saúde Pública eficiente e de resultados, no atendimento às camadas mais necessitadas da população. Lucas estava vice-prefeito da Rainha da Borborema, na gestão de um adversário do governo João Azevêdo, o prefeito Bruno Cunha Lima (PSD), quando foi chamado para compor a chapa do socialista à reeleição. A opção por ele se deu em meio à desistência do seu tio, Aguinaldo Ribeiro, em concorrer ao Senado, preferindo candidatar-se à reeleição à Câmara dos Deputados. Lucas teve pouco tempo para refletir sobre o convite – e aceitou-o como um desafio na sua carreira política. Aguinaldo foi reeleito à Câmara, Lucas foi eleito vice-governador na chapa de João Azevêdo para a segunda gestão.
Apesar de jovem e do estilo discreto com que se porta, contornando com habilidade e elegância polêmicas da conjuntura política local, onde aliados e ex-aliados costumam resolver, de público, “Senas acumuladas”, Lucas Ribeiro é proativo e em inúmeras oportunidades tem feito o papel de porta-voz diretamente junto ao titular da chefia do Executivo e a secretários da sua equipe, no encaminhamento de demandas. Tem a capacidade de ouvir e dialogar, procurando inteirar-se das variáveis dos problemas que são levados ao seu conhecimento para, só então, posicionar-se claramente a respeito. Desse ponto de vista, a passagem pela vice-governança tem lhe proporcionado um aprendizado valioso, principalmente diante da sua precocidade política. Os aliados mais próximos acreditam que o “feeling” e a sensibilidade de Lucas o levam a assimilar com rapidez o conteúdo de muitas das questões que são agitadas no seu gabinete.
A atuação do vice-governador destaca-se, também, pelo caráter inovador que ele busca imprimir ao próprio estilo. Já viabilizou, por exemplo, a instalação do gabinete da vice-governadoria em Campina Grande, dentro do escritório de representação do governo, para ganhar flexibilidade nas audiências em que se dialoga sobre as reivindicações mais prementes. A sua agenda estende-se por todo o Estado e, em João Pessoa, Lucas Ribeiro tem participado com frequência de eventos e atos de repercussão pública, para interagir com a sociedade e melhor interpretá-la no esboço do roteiro de políticas públicas que possam vir a ser implementadas. Ele tem dito que a primeira administração empalmada pelo governador João Azevêdo, mesmo sacrificada pelos reflexos da pandemia de covid-19 e pelas consequências econômicas e sociais, logrou ser produtiva, de que foi exemplo a recondução do titular ao Palácio da Redenção. Considera que a segunda gestão tem tudo para deslanchar melhor, face condições objetivas indiscutivelmente mais favoráveis no contexto geral do país.
Para ele, sua ascensão à vice-governança da Paraíba representou uma “significativa aceitação” do trabalho que vinha desenvolvendo como vice-prefeito de Campina Grande, bem como a certeza de que, ao lado do governador João Azevêdo, “posso fazer mais pela nossa cidade e pelo povo paraibano”. O vice-governador Lucas Ribeiro está, naturalmente, no foco das atenções, uma vez que deverá assumir a titularidade do governo lá na frente, quando João Azevêdo for se desincompatibilizar para concorrer a um mandato eletivo – ou a senador ou a deputado federal. Nessas circunstâncias, ele terá que definir se se candidata ao governo do Estado como prolongamento natural da jornada que vem trilhando. São temas sobre os quais o vice-governador se abstém, providencialmente, de tecer qualquer opinião. Além da postura cautelosa que o cenário recomenda, tendo em vista as inúmeras formulações e articulações que já se formam, o próprio Lucas precisará consolidar posição de liderança mais aglutinadora que lhe dê capilaridade e competitividade na correlação de forças políticas atuantes no Estado. A exemplo dos políticos mineiros, seguirá sua trajetória sem açodamento, mas sem perder de vista as oportunidades que podem se abrir à sua frente. Nisso, ganha em prudência e moderação em relação a apressados que põem as ambições acima do cálculo ou da estratégia política. A conferir!