O ministro da Justiça, Flávio Dino, anunciou, ontem, a liberação, pelo governo federal, de R$ 100 milhões para a segurança pública do Rio Grande do Norte a fim de ajudar a governadora Fátima Bezerra (PT) no combate à escalada de violência em presídios e fora deles, com a conivência de apenados e líderes da organização denominada “Sindicato do Crime”. Haverá envio de veículos e armas longas ao Estado em um aporte que inclui também mais investimentos em unidades penitenciárias e a criação de uma nova. Dino também citou o envio de equipamentos como bodycams, aparelhos de raio-x e tornozeleiras eletrônicas e disse que os recursos são do Fundo Nacional de Segurança Pública e do Fundo Penitenciário Nacional.
Por sua vez o senador Rogério Marinho (PL-RN), em discurso, ontem, destacou a crise da segurança pública no Rio Grande do Norte, observando que desde 14 de março as cidades do Estado estão sofrendo com ataques comandados por facções criminosas. Na opinião do parlamentar, a inércia do governo estadual contribuiu para a situação chegar a esse ponto, com o comércio fechado e os marginais impondo toque de recolher para a população. Ele registrou que nos últimos cinco anos o Brasil teve um decréscimo de mais de 20% no número de mortes violentas, mas isso não se refletiu no Rio Grande do Norte. Para Marinho, a gestão da governadora Fátima Bezerra já deu demonstrações claras de incompetência para enfrentar o crime organizado.
– Parece-me que o crime no Rio Grande do Norte está organizado e o governo desorganizado. E essa desorganização vai atingir principalmente os mais humildes e os mais fragilizados, prejudicando seriamente a indústria do turismo – observou, acrescentando que o Rio Grande do Norte é destaque nas páginas dos principais jornais do país e do mundo, não como exemplo de belezas naturais mas onde há uma configuração entre marginais, entre membros de facções contra o povo potiguar, o que inibe evidentemente aqueles que pretendem visitar o Estado, já se tendo notícia de cancelamento de quase 50% das futuras hospedagens.
Segundo Marinho, seria possível evitar essa onda de violência se o governo do Estado tivesse investido os recursos do Fundo Nacional de Justiça para a recuperação do sistema prisional, o aparelhamento da polícia e sistemas de inteligência. “Há mais de quatro anos os recursos dormem nos cofres do Estado. Espero que essa situação pelo menos sirva para acabar com a letargia, a inércia e a incompetência em que nosso Estado está mergulhado” – finalizou.