Nonato Guedes
Morreu na noite do domingo (9) em Brasília o ex-senador pelo Paraná e ex-procurador-geral da Justiça Militar, Francisco Leite Chaves, aos 93 anos. Ee era natural da cidade de Itaporanga, no Vale do Piancó, na Paraíba, e também tinha atuação empresarial. Era irmão do ex-deputado estadual Jonas Leite Chaves, que chegou a ser presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba. O velório dele ocorreu na manhã desta segunda-feira, 10, em Brasília. Conhecido somente por Leite Chaves, ele teve vários cargos na política brasileira. Foi eleito em 1974 senador pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e, oito anos depois, filiado ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) foi eleito suplente do senador Álvaro Dias, pelo Estado do Paraná.
Nos anos de 1987 e 1995, se elegeu novamente senador pelo Paraná e, em dez de abril de 1986, foi nomeado pelo então presidente da República, José Sarney, procurador-geral de Justiça Militar, permanecendo no cargo até 18 de março de 1987. Formado em direito pela Faculdade Nacional de Direito, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, seguiu carreira no Banco do Brasil e se aposentou da Diretoria Jurídica. Ele também integrou a delegação brasileira, na qualidade de observador, à XXXII Assembleia da Organização das Nações Unidas, em 1977. O ex-senador Álvaro Dias destacou, nas redes sociais, que Leite Chaves “cumpriu importante papel na Assembleia Nacional Constituinte, com seus conhecimentos jurídicos e excelente oratória”. E acrescentou: “Viveu com dignidade”.
Um primo seu, José Gomes da Silva, foi governador da Paraíba. Francisco Leite Chaves nasceu em sete de maio de 1929 em Itaporanga e casou-se com Zélia Marinho Leite Chaves. Na Assembleia Nacional Constituinte, Leite Chaves foi membro da Comissão de Organização dos Poderes e Sistemas de Governo, e da Subcomissão do Poder Judiciário. Era parlamentarista e votou a favor da participação popular no processo legislativo, bem como disse sim ao direito de voto aos 16 anos. Nacionalist, votou a favor da proteção da empresa nacional e da nacionalização do subsolo. Ausente na votação do mandato de cinco anos para José Sarney, votou contra a licença paternidade de oito dias e a favor da reforma agrária. Obteve média final 7,5 na avaliação do Diap – Departamento Intersindical de Assessoramento Parlamentar na Constituinte, com a seguinte observação: “tem boa formação intelectual”.