Nonato Guedes
O governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB), presidente do Consórcio Nordeste, informou ao colunista ter pleiteado uma audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a fim de encaminhar demandas que considera relevantes, tanto para os interesses do Estado como para a agenda focada na região. Conforme ele, alguns dos assuntos a serem tratados já foram tornados públicos e envolvem investimentos por parte do governo federal em projetos e programas a serem executados em parceria com a administração estadual. João Azevêdo revelou que é otimista quanto ao atendimento e agilização das pautas, tanto pela viabilidade de que se revestem como pelo compromisso do Planalto em prestigiar os Estados, reatando o pacto federativo que foi bruscamente interrompido na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O chefe do Executivo paraibano reiterou o seu ponto de vista de que os diferentes Estados vivem momentos extremamente auspiciosos ou favoráveis neste terceiro governo do presidente Lula, não só pela relação republicana que o mandatário imprime no diálogo com os entes federados como pela sensibilidade do próprio Lula em promover uma união nacional centrada no desenvolvimento conjunto. Ressalta que, naturalmente, pela sua condição de presidente do Consórcio Nordeste, está empenhado em levar à frente reivindicações pactuadas com os governadores de outros Estados da região, que foram expressas em reuniões promovidas em João Pessoa e que têm sido discutidas, pontualmente, com ministros e outros representantes do governo federal. “Não podemos perder de vista que a oportunidade é agora para destravarmos pleitos e ajustarmos soluções de interesse público”, enfatizou o governador João Azevêdo.
Ele disse ser indiscutível que a recente reunião do Consórcio Nordeste realizada no Centro de Convenções de João Pessoa sob a sua liderança foi proveitosa além da conta porque trouxe para o debate, na Paraíba, questões prementes que estão na ordem do dia da agenda nacional, a exemplo da proposta de reforma tributária, cujo Grupo de Trabalho na Câmara dos Deputados conta com um expoente da Paraíba, o deputado Aguinaldo Ribeiro, do Progressistas. A presença do presidente da Câmara, Arthur Lira, a quem cabe dar partida à tramitação de matérias, bem como de ministros do governo Lula e do secretário extraordinário da reforma tributária, Bernard Appy, deu dimensão, no entendimento de João Azevêdo, ao esforço para a busca de consensos, com a consequente superação de impasses ou divergências específicas agitadas em torno da temática. “Para a Paraíba, foi um privilégio sediar evento de tamanha magnitude e oferecer contribuição valiosa a debates que se arrastam há anos”, completou o chefe do Executivo. O gestor socialista aludiu, ainda, à palavra do presidente da Câmara de que pretende avançar a discussão em Plenário ainda neste primeiro semestre.
Acredita João Azevêdo que a reforma tributária poderá vir a se constituir na primeira grande reforma originada no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, promovendo a simplificação de tributos e facilitando a vida dos cidadãos-contribuintes. Para ele, tem sido fundamental nesse processo a conscientização da própria classe política de que não é possível mais postergar um desfecho, diante do clamor que a realidade conjuntural impõe quanto à justeza das iniciativas como pressuposto para uma situação de equilíbrio que possa, finalmente, eliminar disparidades alimentadas ao longo de décadas no bojo de distorções do modelo tributário brasileiro. O governador destacou como outro ponto importante, que ficou consensuado na reunião em João Pessoa, a definição de Plenárias nos Estados para formatação de propostas ao PPA – Plano Plurianual, enfocando prioridades das diferentes localidades. “Isto vai na direção do fortalecimento das políticas públicas pleiteadas”, comentou ele.
O governador foi indagado, também, sobre a estratégia política do seu esquema com relação às eleições para prefeito em 2024 no Estado e assegurou que está reafirmado o compromisso que assumiu com a “gestão municipalista”, dentro da lógica de emancipar cidades do interior no seu processo de crescimento social e econômico e, ao mesmo tempo, de encurtar distâncias e romper barreiras de isolamento. De acordo com ele, a estratégia engloba, naturalmente, as disputas nos dois maiores colégios eleitorais do Estado – João Pessoa e Campina Grande. Na Capital, onde a definição é pelo apoio à reeleição do prefeito Cícero Lucena (PP) entende que o alcaide deve estar atento para ampliar o leque de apoios no seu bloco de sustentação política, prestigiando efetivamente partidos como o PSB e o Republicanos, que estão integrados à governabilidade estadual. Sobre Campina Grande, alertou que o esquema político sob seu comando terá candidatura própria a prefeito, evitando sinalizar nomes ou preferências, já que as discussões estão se desenrolando preliminarmente entre expoentes com atuação ativa na Rainha da Borborema. “De modo geral, temos perspectivas animadoras quanto ao resultado das eleições municipais na Paraíba, em função, inclusive, do impacto das ações governamentais que estão sendo implementadas”, finalizou João Azevêdo.