Nonato Guedes
Presidente do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste (Consórcio Nordeste), o governador da Paraíba, João Azevêdo não regateou elogios ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao seu alinhamento com os gestores da região para concretizar demandas acumuladas que dialogam com o projeto de desenvolvimento regional. “Com o Nordeste unido e alinhado com o Governo Federal vamos transformar o Brasil no maior produtor de energias limpas e renováveis do mundo”, sublinhou Azevêdo em postagem feita em rede social ao comentar resultados do encontro promovido na última sexta-feira em Fortaleza (CE) com a participação do ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da direção da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Na ocasião, foram anunciados investimentos de R$ 56 bilhões em linhas de transmissão de energia, com foco na região.
Para o chefe do Executivo paraibano, a Assembleia do Ceará, que foi a terceira deste ano, demonstrou a união do bloco de governadores membros do Consórcio Nordeste, “o que tem resultado em conquistas e na aceitação de pleitos pelos órgãos federais, o que faz com que tenhamos a sensação do dever cumprido”. De acordo com ele, o Consórcio Nordeste foi concebido exatamente para construir soluções conjuntas que favoreçam os nove Estados desta região e, nos últimos quatro anos, desempenhou um papel extraordinário, consolidando propostas, compartilhando ideias exitosas entre os Estados e, no momento crítico da pandemia, agregando esforços em defesa da vida da população, “sem negacionismo e respeitando a Ciência”. Seguindo esse diapasão, alinhavou os reflexos do novo tempo: “Estamos em franco crescimento econômico e precisamos do suporte do presidente Lula, nordestino como nós, para criarmos as condições estruturais e necessárias que resultem na ampliação de investimentos”.
Conforme o diagnóstico do governador paraibano, é urgente a expansão das linhas de transmissão para que os Estados possam escoar a energia gerada no Nordeste para o restante do país. “Não podemos, de forma alguma, perdermos investimentos. Precisamos, sim, aumentar a nossa competitividade e consolidar os empreendimentos de agora e os empreendimentos futuros”, relatou, aludindo à importância de prorrogação das outorgas das empresas que apresentaram projetos nos novos leilões de transmissão. Em paralelo, Azevêdo foi porta-voz da reivindicação para a retomada de incentivos, por meio das Tarifas de Uso do Sistema de Transmissão e Distribuição, a fim de que novas empresas se instalem nos Estados nordestinos. Ele, a propósito, foi bastante enfático ao conceituar: “Não podemos parar um ciclo de desenvolvimento do Nordeste e do Brasil. Mas, precisamos unir esforços para continuarmos no caminho do protagonismo econômico e social”. Ao se referir, especificamente, ao apoio do governo federal, João Azevêdo frisou que este “já nos demonstrou a determinação de reconstruir o Brasil a várias mãos”, patenteando que os gestores se engajam plenamente a tal sentimento.
Ao detalhar os novos ventos que contribuem para viabilizar o processo de energia limpa, sustentável, como expressão da agenda de desenvolvimento de agora e do futuro, João Azevêdo sintetizou: “Consolidamos o nosso potencial energético, atraímos para cá o mercado internacional, conquistamos grandes investimentos que geram emprego, renda, qualidade de vida e novas oportunidades. Por isso, não vamos retroceder. Isso não condiz com o espírito resistente de nordestinos que somos, com muito orgulho”. Lembrou que os nove Estados da região representam quase 60 milhões de brasileiros que fizeram o Brasil respirar novos ares. E não deixou de mencionar o surto de afirmação do regime democrático, cujos bons ventos “sopraram do Nordeste e se espalharam pelo país”. Ao recordar o período difícil que foi atravessado, de escassez de diálogo, de falta de investimento e de parcerias, João Azevêdo ponderou que a esperança da população em dias melhores fez os governadores superarem toda a conjuntura adversa. “Dissemos não ao atraso e abrimos o caminho para um novo momento que nos permite reivindicar do poder central uma atenção justa à nossa região”, salientou.
O presidente do Consórcio definiu que o Nordeste, antes encarado como uma região problema, de seca e de atraso econômico, mostrou ao Brasil que, na verdade, é parte integrante da solução dos grandes temas nacionais. “Somos os maiores geradores de energias renováveis, o que significa dizer que produzimos inovação, tecnologia, ciência e conhecimento”. O suporte do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a seu ver, possibilita a criação de condições estruturais indispensáveis para a ampliação de investimentos. A consolidação do Consórcio Nordeste, como fez questão de enfatizar o administrador socialista da Paraíba, é consequência do trabalho conjunto dos governadores em prol do desenvolvimento regional.Pelo que deu a entender, não haverá esmorecimento nessa luta. As próximas pautas do Consórcio permanecerão centradas na ampliação de conquistas e de espaços que, efetivamente, impulsionem o desenvolvimento da região Nordeste.