Em entrevista exclusiva concedida, ontem, ao jornalista Felipe Nunes e veiculada pela rádio Arapuan, de João Pessoa, o cardiologista paraibano Marcelo Queiroga, ex-ministro da Saúde do governo de Jair Bolsonaro, denunciou supostas adulterações no cartão de vacinação do ex-presidente da República contra a covid-19, mas isentou Bolsonaro das irregularidades. Frisou que ao tomar conhecimento da alegada fraude, encaminhou documento à Controladoria-Geral da União pedindo que fosse instaurada uma investigação, que começou ainda no governo passado e de cujo andamento não tem conhecimento.
Marcelo Queiroga confirmou ao jornalista Felipe Nunes que o ex-presidente da República não quis se vacinar “em nome da liberdade individual das pessoas, já que a obrigatoriedade poderia prejudicar a campanha nacional de vacinação”. De acordo com ele, essa posição tornou-se pública para o mundo e seria impossível Bolsonaro adulterar o cartão de vacinação para tentar burlar a lei. “Podem ocorrer problemas, como a Polícia Federal está investigando, mas eu acredito na lisura do presidente Jair Bolsonaro, pelo período que trabalhei com ele, e tenho certeza que o presidente não participou de qualquer iniciativa para adulterar o cartão de vacina, até porque ele é uma figura mundial e disse a todo mundo que não tomou a vacina. Imagina ele chegar com cartão como tendo se vacinado. É anacrônico”, ressaltou.
O ex-ministro Marcelo Queiroga confirmou que ainda está vivendo o período de quarentena, imposto pela Presidência da República para ministros da administração passada, mas revelou que isto não o impede de defender “o legado” do governo Bolsonaro, que a seu ver tem sido distorcido por adversários políticos, sem muito efeito junto à opinião pública. O cardiologista considera que Bolsonaro ainda detém expressivo percentual de popularidade, mantendo-se na galeria dos líderes políticos em evidência no cenário brasileiro e duvidou da confirmação de uma suposta inelegibilidade do líder do PL para as eleições de 2026. Marcelo Queiroga, que rompeu o silêncio cinco meses após deixar a Pasta, que ocupou por quase dois anos, defendeu-se de críticas e repeliu insinuações da atual ministra Nísia Trindade sobre “negacionismo” de sua parte e do ex-presidente Jair Bolsonaro. A entrevista, reproduzida no programa “Arapuan Verdade” e em outros jornalísticos do Sistema Arapuan, teve ampla repercussão na Paraíba. Queiroga voltou a definir-se como um profissional técnico, que presta assessoramento ao PL na área da Saúde, e quanto a pretensões políticas pessoais futuras, disse que vai aguardar os acontecimentos.