Nonato Guedes
O senador Veneziano Vital do Rêgo, presidente do diretório estadual do MDB, afirmou ao colunista que está ativamente empenhado em recuperar o protagonismo do partido no cenário político paraibano, ao mesmo tempo em que se dispõe a contribuir para um reposicionamento da agremiação em nível nacional, adaptando-se aos ventos que sopram da conjuntura vigente, em ambiente democrático, com cuja defesa está efetivamente comprometido e tem pautado sua atuação não só na tribuna do Congresso como no exercício da primeira vice-presidência do Senado, para a qual foi reconduzido. Veneziano tem liderado, no seu Estado, um processo de filiações de prefeitos municipais e de outras lideranças influentes, e calcula que o esforço empreendido já surtirá resultados positivos nas eleições municipais de 2024. Seu plano é projetar o MDB no ranking dos primeiros partidos com dimensão na Paraíba.
De sua parte, candidatou-se ao governo da Paraíba nas eleições de 2022, numa composição articulada com o Partido dos Trabalhadores, que indicou candidaturas à vice-governança e ao Senado. Veneziano não logrou avançar para o segundo turno, o que atribuiu a fatores diversos, inclusive, ao que chama de desvantagem imposta pelo rolo compressor da máquina pilotada pelo governador João Azevêdo (PSB), que foi reeleito no embate com o deputado federal Pedro Cunha Lima, do PSDB. O emedebista teve, no primeiro turno, o apoio declarado do líder petista Luiz Inácio Lula da Silva, até como consequência da aliança firmada com o partido dele no Estado. No segundo turno, Lula e Veneziano tomaram rumos diferentes – o líder petista apoiando João Azevêdo e o senador do MDB formando no palanque do então deputado federal Pedro Cunha Lima. O resultado final do pleito teria mostrado, a seu ver, um páreo muito equilibrado, apesar da derrota de Pedro para João.
Para 2026, o foco do senador Veneziano Vital do Rêgo, já tornado público, é o de candidatar-se à reeleição, não figurando em suas cogitações próximas disputar novamente o governo da Paraíba. Seu campo de atuação no cenário político do Estado é o da oposição ao esquema liderado pelo atual governador, de quem foi aliado na campanha de 2018 mas com o qual rompeu alegando desatenção a pleitos formulados em favor dos interesses da população e, também, divergências na linha política. No plano nacional, independente do alinhamento do governador com o Planalto, Veneziano mantém-se, de forma decidida, na base de apoio ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para ele, a terceira gestão do presidente Lula mantém os compromissos básicos que empalmou em outros períodos com a sociedade, priorizando camadas carentes da sociedade e enfatizando o respeito a valores que foram desrespeitados na Era de Jair Bolsonaro.
Veneziano disse que é favorável à CPMI em articulação no Senado e na Câmara dos Deputados para a apuração dos atos de vandalismo que foram praticados contra as sedes dos Poderes em Brasília, em janeiro, pouco tempo após a investidura do presidente Lula. Salienta que o governo não tem razões para recear o resultado das apurações da CPMI e tem sido o principal interessado em esclarecer fatos que ainda estão obscuros e que envolvem o aparelhamento criminoso da máquina estatal por parte de remanescentes do governo de Jair Bolsonaro. Para o parlamentar, em certo momento, aliados do governo recearam que a repercussão dos trabalhos da CPMI pudesse desviar o foco dos trabalhos legislativos, prejudicando prioridades que estão no radar como o estabelecimento de um marco fiscal que é pugnado pelo próprio governo no contexto das reformas que sinaliza. Mas esses aliados já se convenceram de que não há risco de solução de continuidade nas pautas que compõem a grande agenda reformista acenada no palanque pelo atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ao ser indagado a respeito do tratamento que tem sido dispensado pelo governo de Lula à Região Nordeste, o senador Veneziano Vital do Rêgo opinou que tem havido correção tanto no diagnóstico das demandas prementes como no encaminhamento e no compromisso de equacionar reivindicações formuladas, inclusive, por outras lideranças de expressão do Semiárido. Avalia que o atendimento favorável por parte deste terceiro governo de Lula em relação ao Nordeste não deverá ser atribuído, exclusivamente, ao resultado eleitoral que foi amplamente vantajoso para o candidato da frente democrática à Presidência da República nas eleições de 2022, mas à própria compreensão que o mandatário tem sobre carências demandadas pela falta de sensibilidade de outros governos quanto a pleitos específicos. Lembrou que o compromisso macro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é com o restabelecimento do conceito de Federação, que estava em desuso na conjuntura política-institucional brasileira, e, que, sendo assim, é natural que o Nordeste seja contemplado no limite das suas necessidades, e também das oportunidades que estão surgindo em meio a nichos de desenvolvimento. “Desse ponto de vista é justificada, sobremaneira, a expectativa que se instala junto ao povo nordestino”, finalizou o parlamentar paraibano.