Cerca de 78% dos pais abandonaram as mães de crianças com deficiência e doenças raras antes dos filhos completarem cinco anos, segundo dados do Instituto Baresi. No Dia das Mães, a ser celebrado amanhã, a deputada estadual Camila Toscano (PSDB) propõe uma reflexão sobre as mães de pessoas com deficiência, com doença rara ou mesmo portadoras de alguns transtornos neurológicos, conhecidas como mães atípicas. “Quem cuida da cuidadora?”, indaga.
A parlamentar destacou que existe uma preocupação com a saúde física e mental dessas mulheres e apresentou um projeto de lei propondo a criação de um programa de apoio psicológico na rede pública de saúde para essas mães. “Temos uma preocupação e formulamos políticas públicas para os raros e pessoas com deficiência. Mas precisamos enxergar e buscar soluções para este problema. Hoje as ONGs acabam dando esse suporte, mas elas não conseguem atender toda a demanda”, comentou.
A ideia do projeto é criar uma rede de apoio para essas mulheres, com a realização de atendimento psicológico, serviços de saúde, bem-estar e lazer. Também podem ser realizadas rodas de diálogo e oferta de terapias alternativas. Segundo o IBGE, quase 12 milhões de mulheres são mães solo. De acordo com dados da Unicef, existem quase 240 milhões de crianças no mundo com alguma deficiência. “Cuidar sozinha dos filhos já é muito difícil, imagina quando falamos de crianças atípicas que acabam demandando mais cuidados. Essas mulheres cuidam da alimentação e necessidades da criança, levam para a escola, para a terapia, recebem atendimento dos profissionais em domicílio e ainda precisam cuidar da casa. O que percebemos é que essas mães não estão sendo cuidadas”, afirmou.