O plenário do Supremo Tribuna Federal formou maioria para condenar o ex-presidente da República Fernando Collor de Mello à prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. De acordo com a Procuradoria-Geral da República, um montante de R$ 29,9 milhões foi destinado ao grupo empresarial de Collor em forma de propina. O dinheiro veio, conforme a acusação, por meio de um acordo com a BR Distribuidora para que bandeiras de postos de gasolina fossem mudadas durante o período de quatro anos, entre 2010 e 2014.
Em sessão realizada na quinta-feira, 18, seis dos dez ministros da Suprema Corte votaram pela prisão de Collor. O relator do caso, ministro Edson Fachin, propõe uma pena de 33 anos de cadeia para o ex-presidente. Os ministros André Mendonça, Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Roberto Barroso também votaram pela condenação. O ministro Nuno Marques divergiu, considerando que Collor deveria ser absolvido. Mendonça seguiu o voto de Fachin mas com uma divergência parcial: Fachin defendia que Collor deveria ser condenado por organização criminosa, mas o colega de Corte defendeu que esta condenação deveria ser por associação criminosa, um conceito diferente no Código penal.
A sessão deve ser retomada na próxima semana. Depois dos votos pela condenação, os ministros ainda devem discutir a pena a ser aplicada ao ex-presidente. Collor foi o primeiro presidente da República a sofrer impeachment na história republicana, por envolvimento com o esquema PC Farias (ex-tesoureiro de sua campanha em 1989).