Nonato Guedes
Líder do União Brasil no Senado Federal e expoente do Bloco Democracia, de grande expressão no Congresso Nacional, o senador paraibano Efraim Filho mantém uma postura de equilíbrio e de equidistância ao avaliar os rumos que poderá vir a tomar a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do 8 de Janeiro, instalada oficialmente em Brasília, para apurar os ataques às sedes dos Três Poderes no início deste ano. O parlamentar foi um dos primeiros a subscrever a proposta de criação da CPMI e sempre defendeu o ponto de vista de que nenhum dos lados – governo e oposição, deve ter receio das investigações, mas, sim, colaborar para que elas sejam realmente esclarecedoras. “O papel da CPMI, tal como encarado pela sociedade, é o de buscar a verdade sobre os incidentes que resultaram em ataques às sedes dos Três Poderes na Capital da República”, propõe o parlamentar paraibano.
– Temos duas narrativas: a do governo Lula, que diz que foram atos golpistas, e a da oposição, de que havia gente infiltrada para provocar a depredação do patrimônio público. Cabe a nós, como representantes do povo, a missão de buscar a verdade -expressou, acrescentando que o União Brasil pode operar como uma espécie de fiel da balança nas discussões que já estão sendo suscitadas antes mesmo do ritual de depoimentos e de ações paralelas que constituirão o roteiro de trabalho a ser elaborado pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA), indicada como relatora. O União Brasil está na presidência dos trabalhos, mediante confirmação do deputado Arthur Maia (BA), o que na opinião de Efraim, redobra a responsabilidade do partido de conduzir com acerto a pauta dos debates e, também, das conclusões.
Efraim contou que, para ele, como líder do bloco, a indicação dos membros do colegiado foi um momento de grande responsabilidade, que demandou consultas incessantes a líderes de outros partidos para que houvesse o consenso necessário, dentro da técnica de respeito à pluralidade e representatividade das legendas no Congresso Nacional. Considera que predominava, em segmentos da sociedade, o sentimento de que era irreversível o encaminhamento da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, diante de dúvidas agitadas sobre responsabilidades e inspiração pelos atos antidemocráticos. De mais a mais, analisa que o “acerto de contas” com a apuração justa dos acontecimentos é fundamental para que seja virada uma página controvertida da História do Brasil, que teve indiscutível repercussão internacional. A sociedade não entenderia, a seu ver, que o Congresso Nacional se omitisse ou adotasse postura de avestruz em face da gravidade dos incidentes de 8 de Janeiro, diante do desserviço que isto representaria ao próprio regime democrático, numa conjuntura em que forças políticas de diferentes matizes ideológicos assumem compromisso, justamente, com os princípios basilares desse sistema.
– A CPMI é necessária, sim, porque não podemos banalizar os episódios e achar que foi uma coisa normal a invasão do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal e do Palácio do Planalto. Por sua própria natureza, a sociedade repudia atos de violência e, por isto, deseja a elucidação dos lamentáveis acontecimentos que significaram um retrocesso. Os partidos políticos precisam estar sintonizados com o radar da população e foi por isto que não tergiversei em hipotecar minha solidariedade ao trabalho de investigação – prosseguiu o senador Efraim Filho. O representante paraibano está há poucos meses no exercício do mandato no Senado, que conquistou em brilhante campanha no ano passado, depois de uma atuação de repercussão em mandatos exercidos na Câmara dos Deputados. Mas, apesar desse pouco tempo, já se projeta como um dos “cabeças influentes” do Senado Federal, segundo registrado cotidianamente pela mídia sulista e, também, pela mídia do seu Estado de origem.
Efraim Filho não acredita que que a investigação a ser desencadeada pelo Congresso Nacional venha .a prejudicar o ritmo dos trabalhos normais do Senado e da Câmara dos Deputados, na discussão e apreciação de matérias de interesse público e, também, na votação de propostas oriundas do Poder Executivo e que tratam de reformas urgentes que estão sendo reivindicadas há décadas, a exemplo da reforma tributária. Coincidentemente, o parlamentar do União Brasil da Paraíba tem estado na linha de frente da defesa de pautas que interessam mais de perto ao segmento do empreendedorismo, inclusive, promovendo reuniões e debates em fóruns distintos e, ao mesmo tempo, sendo propositivo na formulação de teses que visam a eliminar a excessiva carga tributária que paira obre os empresários brasileiros. “Não descuidaremos desses temas que são imprescindíveis para fomentar o desenvolvimento econômico e social nas regiões do país”, conclui o senador Efraim Filho.