O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicou o advogado Cristiano Zanin para uma vaga no Supremo Tribunal Federal e afirmou que ele “se transformará em um grande ministro da Corte”, onde poderá atuar até 2050. Zanin foi advogado de Lula em processos a que respondeu na operação Lava-Jato e nos outros que o levaram a cumprir pena de 580 dias de detenção na superintendência da Polícia Federal em Curitiba. O presidente admitiu que o escolhido é da sua extrema confiança. “Conheço suas qualidades, formação, trajetória e competência. E acho que o Brasil irá se orgulhar”, enfatizou.
O advogado será sabatinado pela Comissão de Constituição e Justiça, onde o nome dele será submetido ao plenário do Senado. São necessários ao menos 41 votos dos 81 senadores para sua aprovação. A oposição não concorda com a indicação de Zanin porque vê um “conflito de interesses” na escolha, já que ele foi advogado de Lula durante a Lava Jato. No entanto, há um certo constrangimento de ir contra um eventual ministro do Supremo. A atuação do ministro do STF Alexandre de Moraes é citada nos bastidores como exemplo. Senadores contrários ao governo Lula avaliam que seja melhor evitar conflitos imediatos com Zanin.
Senadores da base aliada do governo, por outro lado, pretendem utilizar a sabatina para combater a narrativa de “ativismo” no Judiciário. A estratégia seria uma forma de blindar o discurso dos opositores de que com Zanin no STF haveria uma parcialidade em relação a possíveis ações em favor do PT e do presidente Lula.