Nonato Guedes
O gesto do governador João Azevêdo (PSB) de recorrer aos préstimos do Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, na Grande João Pessoa, para submeter-se a procedimento de cirurgia eletiva, acabou contribuindo para o melhor marketing que poderia ser feito sobre os avanços que têm sido inegavelmente assinalados no sistema de Saúde Pública da Paraíba. Inaugurado pelo ex-governador Ricardo Coutinho (PT), o Hospital Metropolitano tem sido referência na especialidade cardíaca e em outras especialidades conexas e possui uma valorosa equipe de profissionais médicos e do segmento da enfermagem, além de estar aparelhado com instrumentos modernos de atendimento de urgências e emergências. O governador, com a atitude, passa uma imagem de confiança e de credibilidade na política que tem sido implementada na Saúde e da qual já havia dado ciência a outros governadores em reuniões do Consórcio Interestadual do Nordeste, que ele preside. Também quebrou a praxe pela qual líderes paraibanos, ante qualquer alerta de problema no organismo, abalavam-se para grandes centros como São Paulo e Brasília em busca de “qualidade de saúde”. O ato puxou para cima a autestima dos paraibanos, conforme a média dos depoimentos externados ontem nos meios de comunicação, e isto faz bem à sociedade.
Unidade gerenciada pela Fundação Paraibana de Gestão em Saúde (PB Saúde), o Hospital Metropolitano realizou, ainda recentemente, o terceiro transplante cardíaco 100% SUS de 2023 no Estado, utilizando, pela primeira vez, o Hemosphere, o aparelho mais moderno no mundo, atualmente, em relação à monitorização hemodinâmica invasiva, conforme atestado por cirurgiões do estabelecimento. A diretora geral do Hospital, Louise Nathaline, afirmou que a efetivação de procedimentos inéditos “é resultado de um trabalho bem articulado entre uma gestão inovadora e um corpo de colaboradores extremamente capacitados e comprometidos em proporcionar uma saúde pública de qualidade para a população”. O secretário de Saúde, Jhony Bezerra, destacou, ontem, os investimentos que têm sido feitos pela administração atual em setores estratégicos da Saúde, para procedimentos de alta e média complexidade. Adiantou que a meta é continuar modernizando os serviços para tornar a assistência de saúde da Paraíba referência nacional.
Os programas Opera Paraíba e Coração Paraibano, que se desenvolvem com êxito comprovado, já são evidenciados pelo próprio Ministério da Saúde, conforme manifestações da ministra Nísia Trindade, que tem se reunido com o governador João Azevêdo para encaminhar demandas pautadas pela Paraíba e por outros Estados da região Nordeste. A rede estadual de Saúde na Paraíba é composta por 34 hospitais e quatro Unidades de Prontoatendimento (UPAS) e o governo pleiteou ao ministério a revisão dos valores destinados à Paraíba para o pagamento do piso nacional da Enfermagem, que haviam ficado em torno de apenas R$ 4,9 milhões. O esforço empreendido tem colocado o sistema de saúde da Paraíba em outro patamar, com o registro de duas UTIs aéreas, UTIs móveis, unidades de alta complexidade instaladas em Campina Grande e Patos, que são polos de regiões populosas. As autoridades do governo local costumam dizer que na Paraíba “o SUS realmente funciona”, numa alusão ao Sistema Único de Saúde, que tem parâmetro internacional.
Não faltaram elogios, é claro, por parte da ministra e de secretários com poder de decisão na esfera do Ministério da Saúde, sendo fato, igualmente, que representantes de governos de alguns Estados estiveram na Paraíba para conhecer de perto experimentos na Saúde Pública que estão apresentando resultados positivos. Até maio deste ano, de acordo com os dados oficiais, o programa Opera Paraíba superou a marca de 15 mil procedimentos, sendo que o número de cirurgias oferecidas equivale a quase o triplo do que foi oferecido no mesmo período de 2022, quando 5.302 procedimentos foram efetivados. O crescimento foi atribuído ao fim do período pandêmico (da Covid-19), associado á ampliação dos procedimentos ofertados pelo programa. Jhony Bezerra resumiu: “A gestão desse programa tem sido voltada para abranger a demanda dos paraibanos em vários eixos, de forma eficiente, e voltada para a saúde nas suas mais variadas especialidades”. A participação no programa passa por um método de cadastro feito por meio das Unidades Básicas de Saúde da Paraíba, das secretarias de Saúde de cada município.
Desde o seu primeiro governo, João Azevêdo tem se empenhado em investir na Saúde não só em virtude de compromisso assumido em campanha eleitoral mas, também, para redimir o Estado de graves problemas detectados nessa área na gestão de Ricardo Coutinho, com desvios de recursos, conforme apurado pela Operação Calvário. O ponto de partida da ofensiva de João Azevêdo foi o rompimento de contratos de prestação de serviços com organizações sociais que administravam Hospitais estratégicos como o de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, em João Pessoa. Em paralelo, partiu-se para o desencadeamento de ações com o máximo de eficiência e de correspondência ao interesse público, evoluindo-se agora para o fortalecimento e ampliação do atendimento especializado, principalmente com a regionalização, como estratégia para desafogar os grandes centros. O governo assegura estar em curso uma “revolução”, e gestos como o do governador João Azevêdo ressaltam as mudanças operadas na estrutura, com ênfase que não distingue categorias sociais, credibilizando novamente o sistema de Saúde Pública.