O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, anunciou o plano do governo de criar uma força-tarefa permanente para analisar os nomes indicados pelos partidos para ocupar cargos que estão vazios na administração federal. O anúncio ocorreu depois de o ministro da Casa Civil, Rui Costa, confirmar o pedido do presidente Lula para que cada pasta libere as vagas à equipe de Padilha. Na Paraíba, o deputado federal Wilson Santiago, do Republicanos, confirmou que é grande a expectativa quanto a nomeações que estão encalhadas no Palácio do Planalto. Segundo ele, os parlamentares aguardam, ansiosos, que o governo dê partida ao preenchimento de cargos com indicados seus.
O “Congresso em Foco” revela que a vacância em funções do segundo escalão é um dos pontos mais criticados na articulação do governo com o Parlamento. Essas vagas são demandadas por parlamentares e senadores dos partidos não alinhados ideologicamente ao governo, como União Brasil e MDB para que possam empregar apadrinhados em troca de apoio na aprovação de projetos de lei. Ao todo, o governo recebeu 403 indicações, muitas com análise emperrada há mais de um mês.
Além de analisar os currículos dos quadros indicados, a força-tarefa de Padilha ficará encarregada de repassar relatórios de atendimento dos ministérios aos líderes partidários, de modo a permitir o mapeamento por parte de cada bancada do grau de articulação de seus parlamentares. Essa medida se dá em resposta às críticas do Congresso Nacional sobre dificuldade no acesso aos ministros, que agora ficam obrigados a informar Padilha sobre o histórico dos entendimentos. A concentração de poderes nas mãos de Padilha é a estratégia adotada pelo governo para tentar resolver a dificuldade de articulação. O ministro é encarregado de elaborar acordos com parlamentares e de encaminhar as demandas por emendas orçamentárias ao governo, mas não possui o poder de dar cumprimento aos acordos. Com os relatórios de atendimento e a força-tarefa de análise curricular, o governo espera aumentar seu leque de ferramentas na negociação.