Angela Pinho – Folha de São Paulo
Um paraibano fora do eixo Rio-São Paulo da advocacia está por trás do julgamento que pode tirar Jair Bolsonaro (PL) das próximas eleições.
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) começa a analisar nesta quinta-feira (22) ação movida pelo PDT que pede a declaração de inelegibilidade do ex-presidente sob acusação de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação social na reunião com embaixadores em que ele proferiu ataques ao sistema eleitoral, com transmissão da TV Brasil.
O advogado responsável pelo caso é Walber de Moura Agra, 50. Ele demorou a entrar na carreira, considerados seus próprios parâmetros, mas pode fazer história com o processo.
Agra conta que começou a atuar como advogado aos 35 anos, após um período dedicado à carreira acadêmica e à Procuradoria-Geral do Estado de Pernambuco —e, posteriormente, como assessor do então ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski.
Nascido em Campina Grande, Agra foi para o Recife fazer mestrado. Realizou doutorado em Florença, na Itália, e pós-doutorado em Bordeaux, na França.
Foi por indicação de um ex-aluno seu na Universidade Católica de Pernambuco que se aproximou do PDT. O antigo pupilo era o atual deputado Túlio Gadêlha, hoje na Rede.
Agra diz que advogou de graça por alguns anos para o PDT, por afinidade ideológica —define-se como um “nacional desenvolvimentista”. Até que se chegou a um consenso da necessidade de uma dedicação mais integral, e ele se tornou coordenador jurídico da legenda.
A ação que será julgada nesta quinta pelo TSE é apenas 1 entre 16 no tribunal que miram a inelegibilidade do ex-presidente.