Nonato Guedes
Ainda em fase de recuperação pelo recente procedimento de cateterismo cardíaco a que foi submetido no Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, em Santa Rita, região metropolitana de João Pessoa, administrado pela Fundação PB Saúde, o governador João Azevêdo (PSB) reagiu, ontem, em declarações ao colunista, à exploração feita por deputados de oposição insinuando que o chefe do Executivo teve tratamento privilegiado e recrutou uma equipe médica de fora do Estado, especialmente para atendê-lo. O governador demonstrou sua estupefação com o baixo nível das versões veiculadas, com conotação evidente de “fake news” e queixou-se da politização, pelos adversários, de uma intervenção cirúrgica que lhe cabia fazer. Lembrou que foi aconselhado a se internar no hospital da Unimed em João Pessoa ou viajar para um grande centro, como São Paulo, a fim de realizar o procedimento, tendo decidido, porém, ficar na Paraíba.
O governador, que se define como um “engenheiro de resultados”, disse ter avaliado as condições objetivas de temperatura e pressão para se submeter à intervenção, tendo conversado com o médico Fúlvio Soares Petrucci sobre riscos e outras probabilidades e cumprido rigorosamente as recomendações prescritas no referido processo. Lamentou que o nível do debate político na Paraíba, em inúmeras ocasiões, fique empobrecido pela falta de informação e de argumento dos seus opositores, até mesmo pela má-fé de alguns críticos, não obstante ele próprio e os canais de transparência da comunicação do governo tenham disponibilizado todos os informes necessários para esclarecimento da opinião pública. “Tenho consciência das minhas responsabilidades e do meu dever para com o interesse público. Não sou leviano nem estou no governo para me locupletar do que quer que seja”, desabafou o governador, falando a este repórter e ao executivo Manoel Raposo, diretor da revista “Tribuna”.
João Azevêdo confirmou que, preocupado com a repercussão explorada pelos adversários políticos, solicitou à Fundação PB Saúde, administradora da unidade hospitalar, a relação dos pacientes que também foram operados no dia 15 de junho de 2023, data da cirurgia cardíaca a que ele se submeteu pelo SUS paraibano. O governador mostrou, na tela do celular, o quadro das informações solicitadas, constatando-se que, além dele, mais oito pessoas foram operadas no mesmo hospital, sob os cuidados da mesma equipe médica que atendeu a João Azevêdo. Da lista constam três agricultores, duas aposentadas, um pedreiro, um cortador de cana e um catador de lixo. Não procede a versão de que o Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires teria sido fechado naquele dia para atender exclusivamente ao chefe do Executivo. O governador frisa que não quis apenas fazer propaganda subliminar da qualidade do sistema de Saúde Pública do Estado, mas intentou demonstrar sua confiança nos feitos que apregoa sobre os avanços que estão sendo implementados no Estado nessa área estratégica, para beneficiar a população como um todo.
O Hospital Metropolitano tem sido referência na especialidade cardíaca e em outras especialidades conexas e possui uma valorosa equipe de profissionais médicos e do segmento de enfermagem, além de estar aparelhado com instrumentos modernos de atendimento de urgências e emergências. Coincidindo com o período em que o governador lá esteve internado, o Ministério da Saúde concedeu habilitações ao Hospital Metropolitano para intervenções de média e alta complexidade, atestando as suas condições plenas de preencher os requisitos para cuidar da saúde da população na Paraíba. Além disso, a própria ministra da Saúde, Nísia Trindade, com quem o governante paraibano tem mantido contatos, fez referência às conquistas assinaladas, a exemplo da realização, no Metropolitano, do terceiro transplante cardíaco 100% SUS de 2023 no Estado da Paraíba, utilizando, pela primeira vez, o aparelho mais moderno do mundo. A direção afirmou que a efetivação de procedimentos inéditos é fruto de um trabalho bem articulado entre uma gestão inovadora e um corpo de colaboradores extremamente capacitados.
O governador João Azevêdo revelou que espera, da parte dos seus adversários políticos mais radicais, uma postura mais republicana no trato dos problemas que dizem respeito à Paraíba, para que não venha a descambar por uma linha irresponsável, apostando no “quanto pior, melhor” e, ao mesmo tempo, ignorando realidades que são percebidas pela sociedade e que servem como referência para governos de outros Estados, vivamente interessados na eficácia dos experimentos aqui implantados. “Não irei arrefecer diante de críticas aleatórias e de inverdades ou fake news. A resposta do governo será a de continuar trabalhando por Saúde de qualidade para a população. Já não é mais um compromisso, é uma realidade palpável”, finalizou o governador João Azevêdo