Autoridades e líderes políticos de diversos partidos repudiaram as hostilidades contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, por parte de três brasileiros, na última sexta-feira, no Aeroporto Internacional de Roma, na Itália. O ministro recebeu votos de solidariedade, diante, também, da agressão praticada por um dos envolvidos contra um filho dele. Os três agressores foram identificados pela Polícia Federal – uma mulher, chamada Andréia, e dois homens, Roberto Mantovani Filho e Alex Zanatta.
De acordo com a TV Globo, que teve acesso a fotos feitas nos aeroportos de Roma e Guarulhos, em São Paulo, onde o trio desembarcou na manhã de ontem, Andréia chamou o ministro de “”bandido, comunista e comprado”. Em seguida, Mantovani gritou e agrediu, fisicamente, o filho de Moraes, derrubando os óculos do rapaz, após acertar um golpe em seu rosto. Moraes estava na Itália com a família para realizar uma palestra na Universidade de Siena. Os três envolvidos no episódio foram abordados na chegada ao Brasil e responderão a inquérito.
O ministro da Justiça, Flávio Dino, e vários parlamentas repudiaram a agressão ao ministro, tratado como inimigo pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores. Um dos agressores, Mantovani, foi candidato a prefeito de Santa Bárbara do Oeste, município de São Paulo, em 2004, pelo PL. Hoje, ele é filiado ao PSD. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, classificou o ataque como inaceitável.
O outro lado
Um dos suspeitos de hostilizar Moraes depôs neste domingo (16) à Polícia Federal. Alex Zanatta Bignotto tem 27 anos, é corretor de imóveis e mora em Santa Bárbara D’Oeste, no interior de São Paulo. O depoimento ocorreu das 10h às 12h na sede da PF em Piracicaba, também no interior paulista. A informação foi confirmada ao UOL pelo advogado de Bignotto, Ralph Tortima Filho.
Em depoimento, Bignotto negou os atos de hostilidade contra o ministro e a família dele no aeroporto. “Ele nega que tenha feito qualquer ofensa a qualquer ministro ou familiar”, diz o advogado.
Em relação à agressão sofrida pelo filho de Moraes, a defesa de Bignotto afirma que ele não estava próximo no momento em que Roberto Mantovani Filho teria desferido um tapa no rosto do rapaz. “Ele não estava perto no momento da agressão e não viu. Eles não estavam a todo instante juntos”, diz Tortima Filho.
Já a defesa do empresário Roberto Mantovani Filho e de sua mulher Andréia Mantovani negou que eles tenham ofendido ou ameaçado Moraes.
Leia abaixo a nota da defesa do casal Mantovani:
“Roberto Mantovani Filho e sua esposa lamentam, sinceramente, todo o acontecido, estando convictos da existência de equívoco interpretativo em torno dos fatos. Esclarecem que as ofensas atribuídas como se fossem de Andréa ao Ministro Alexandre de Moraes foram, provavelmente, proferidas por outra pessoa, não por ela. Que dessa confusão interpretativa nasceu desentendimento verbal entre ela e duas pessoas que acompanhavam o Ministro.
Que diante dessa discussão, que ficou acalorada diante das graves ofensas direcionadas a Andréa, Roberto, que tem mais de 70 anos, precisou conter os ânimos do jovem ofensor. Dessa forma, reiteram que em nenhum momento ocorreram ofensas, muito menos ameaças ao Min. Alexandre, que casualmente passou por eles nesse infeliz episódio. Mesmo assim, se desculpam pelo mal entendido havido, externando o veemente respeito que nutrem pelas autoridades públicas, extensivo aos seu familiares”.