O deputado federal Hugo Motta (PB), líder do Republicanos na Câmara, foi chamado para uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e com líderes de outros partidos, como o PP, bem como com o presidente da Câmara, Arthur Lira, para discussão sobre trocas ministeriais visando a acomodar o Centrão no governo. O presidente da República ainda não havia definido nas últimas horas quais os cargos a serem entregues a tais partidos, mas lideranças do PT reconhecem que é preciso agilidade nas definições para garantir um clima tranquilo na Câmara dos Deputados com o início das atividades legislativas do segundo semestre.
Lula já teria dado aval aos nomes dos deputados Sílvio Costa Filho (Republicanos-PE) e André Fufuca (PP-MA) para ingressarem no governo. O presidente da Câmara, Arthur Lira, tem reclamado da demora do governo em definir quais ministérios serão entregues aos partidos, apesar de reconhecer que é atribuição do Executivo a escolha das Pastas que serão oferecidas. A principal queixa é em relação à dificuldade dos petistas em ceder espaços em prol de uma ampla coalizão e de uma boa governabilidade na Casa. O primeiro alvo do PP foi o ministério do Desenvolvimento Social, considerado um ativo político por abarcar o Bolsa Família, mas Lula já garantiu que a Pasta não sai das mãos do seu partido. O ritmo adotado gera outra polêmica. Lula quer manter as rédeas da situação para evitar passar a mensagem de que o Centrão tem controle sobre sua agenda.
No entanto, a tramitação das pautas relevantes para o governo a partir da semana que vem alerta líderes do do partido sobre a necessidade de avançar rapidamente para acomodar o Centrão no governo. Deputados ligados à base governista lembram que não querem repetir clima de tensão do início do ano com a derrubada dos decretos que promoveram mudanças no marco do saneamento básico e o risco de derrota na MP que reestruturou a Esplanada dos Ministérios às vésperas da votação. Ambas as situações foram recados claros do Centrão sobre a insatisfação com o tratamento dado pelo governo ao Parlamento. Pela frente, o governo tem pendente a votação do arcabouço fiscal na Câmara e da Lei de Diretrizes Orçamentárias, além de outras matérias relevantes..