O padre Cícero Romão Batista, conhecido popularmente como Padre Cícero ou Padim Ciço, pode se tornar “Herói da pátria”. O projeto que concede a ele esse título pode ser votado na terça-feira, 8, pela Comissão de Educação e Cultura do Senado. A pauta, com 7 itens, também tem projeto sobre empreendedorismo do campo e sobre os critérios de aferição dos valores aplicados em manutenção e desenvolvimento do ensino.
O PL 10/2020, que inscreve o Padre Cícero no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, foi apresentado pelo deputado José Guimarães (PT-CE) e aprovado pela Câmara em maio deste ano. O relator no Senado é o senador Cid Gomes (PDT-CE), que recomenda a aprovação do texto. No relatório, Cid Gomes lembra que o Padre Cícero já é considerado “um verdadeiro santo popular” por muitos fiéis católicos e exalta a trajetória do homem a quem são atribuídos milagres. O início do processo de beatificação do Padre Cícero pela Igreja Católica foi autorizado em 2022. Antes, ele chegou a ter a ordem suspensa pela igreja.
Padre Cícero Romão Batista nasceu na cidade do Crato (CE) em 1844. Desenvolveu trabalho pastoral por meio de pregações, aconselhamentos, confissões e visitas domiciliares. De acordo com Cid Gomes, o padre conquistou a simpatia e a confiança da população. Em 1889 foi atribuído a ele o milagre de transformar uma hóstia em sangue. Como a Igreja Católica não comprovou o milagre, os padres que acreditavam no fenômeno tiveram que se retratar publicamente e Padre Cícero teve a ordem suspensa.
Faleceu no dia 20 de julho de 1934, aos 90 anos de idade. “Não obteve em vida a reconciliação com a Igreja Católica, a qual só ocorreu em 2015, por meio do perdão oficial do Vaticano. Em 2022, foi autorizado o início do processo de beatificação, fato celebrado por milhares de pessoas”, disse o relator. Afastado pela Igreja, Padre Cícero passou a se dedicar à luta pela emancipação política de Juazeiro do Norte (CE). Até hoje, todos os anos, milhares de romeiros chegam à cidade para visitar seu túmulo na Capela do Socorro.