O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) interrompeu a folga no final do domingo e foi às redes sociais tentar se explicar sobre a fala xenófoba dada em entrevista ao jornal “O Estado de São Paulo”. A declaração do governador de Minas atacando o Fundo que combate a fome e a miséria nas três regiões mais vulneráveis do país – Norte, Nordeste e Centro-Oeste, foi criticada, inclusive, pelo deputado e ex-governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), para quem a manifestação de Romeu Zema estabelece “alvos” e discrimina regiões do país.
– Minas Gerais nunca foi antagônico às regiões mais pobres do país, até porque fazemos parte delas, muito menos imaginou liderar esse antagonismo – escreveu o tucano. E emendou Aécio: “Temos uma longa e importante agenda de interesse do Estado para tratar e excluir possíveis parceiros nessas tratativas, como sugere a fala do governador, será, ao final, um grande desserviço ao nosso Estado”. Após a repercussão negativa, Zema foi às redes sociais e tentou se explicar dizendo que “não é ser contra ninguém, e sim a favor de somar esforços”. Ele tuitou: “A união do Sul e Sudeste jamais será para diminuir outras regiões. Diálogo e gestão são fundamentais para o país ter mais oportunidades. A distorção dos fatos provoca divisão mas a força do Brasil está no trabalho em união”.
Zema, em princípio, havia sido enfático: “Está sendo criado um fundo, para o Nordeste, Norte e Centro-Oeste. Agora, o Sul e Sudeste não têm pobreza? Aqui todo mundo vive bem, ninguém tem desemprego (sic), não tem comunidade. Então, o Sul e o Sudeste vão continuar com a arrecadação muito maior do que recebem de volta?”. Posteriormente, nas redes sociais, Zema – que chegou a ter seu nome cogitado para candidato a presidente da República em 2022 – explicou que não é contra ninguém, “e sim a favor de somar esforços”.
As reações no Nordeste foram fortes. O governador do Maranhão, Carlos Brandão, do PSB, postou no Twitter: “Como nordestinos e, acima de tudo, como bons brasileiros, defenderemos o nosso povo contra qualquer prática preconceituosa e que negue a nossa importância. Continuaremos agregando, mas combatendo desigualdades, respeitando as diversidades e construindo um país melhor para todos”. A governadora Raquel Lyra, de Pernambuco, do PSDB, também se posicionou defendendo que o Nordeste é parte da solução do país e deve receber atenção nas discussões federativas após tanto tempo de descaso e indiferença”. Já a governadora Fátima Bezerra (PT), do Rio Grande do Norte, também postou a nota oficial do Consórcio Nordeste e pediu: “Brasil próspero e justo é Brasil unido. Respeite o Nordeste”. Já o governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB-AL), retuitou a entrevista de Zema e reforçou a importância da união do Brasil. Na Bahia, Jerônimo Rodrigues, do PT, postou:
– Não existe eles e nos, somos um só povo. Para o país dar certo, é preciso união entre os Estados. Não devemos perder tempo com narrativas segregadoras, cuidar da nossa gente é o que realmente importa. Quando se trata de Brasil, vale o velho ditado: a união faz a força. Por fim, o governador de Sergipe, Fábio Mitidieri (PSD) declarou que “o Brasil precisa de união para melhorar a vida da população. Manifestações separatistas são um desserviço. O Nordeste tem contribuído para o fortalecimento da nação e da democracia. Posições claramente politiqueiras e com viés nas eleições de 2026 devem ser repudiadas”.