O ex-ministro da Saúde do ex-presidente Jair Bolsonaro, Marcelo Queiroga, disse que a sanção da ozonioterapia feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi “inadequada” para um processo “que não tem a menor evidência científica”. Ele indagou: “Qual a evidência científica que há da ozonioterapia? Leis para instituir tratamentos, sob nossa ótica, não são adequadas. Eu jamais recomendaria a sanção de uma lei dessa natureza”. Marcelo Queiroga lembrou que durante a sua gestão na Pasta, diferente do que aconteceu com Lula, Bolsonaro atendeu aos vetos sugeridos pelo chefe do ministério. “Para essa gente, são dois pesos e duas medidas”, emendou.
Ele também criticou os ataques do presidente Lula à gestão da Saúde durante o governo de Bolsonaro. “Falaram que sequestraram o Zé Gotinha. Nós fizemos a família Gotinha”, afirmou. Segundo ele, Lula “veio para destruir tudo de bom” que foi feito no governo Bolsonaro. Queiroga esteve na biblioteca do Senado na noite de ontem para o lançamento do livro “Queiroga: o homem, o médico e a pandemia”. O livro, de quase 400 páginas, conta a trajetória do cardiologista paraibano no comando do ministério da Saúde enquanto o Brasil enfrentava a pandemia de covid-19.
“Sou o primeiro ministro da Saúde que saiu de um plantão noturno para assumir o comando da pasta”, revelou. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro prestigiou o evento assim como ex-ministros do governo Bolsonaro e senadores bolsonaristas, entre eles Sergio Moro, Walter Braga Neto, João Roma, Tereza Cristina e Damares Alves. “Ele escreveu aqui: Para a ministra mais bonita do Brasil”, brincou Damares sobre a dedicatória escrita por Queiroga no exemplar do livro dela. O prefácio da obra é escrito por Bolsonaro. “Fizemos a maior campanha de vacinação do mundo e só não tomou a vacina quem não quis”, escreveu. E mais: “Queiroga seguiu minha diretriz em assegurar que as pessoas não fossem forçadas a se vacinar. Ele cumpriu tão fielmente que jamais interveio na minha escolha”.
Queiroga afirmou a jornalistas que seguirá o caminho da política. Para o futuro, citou o ex-senador paraibano Ruy Carneiro, morto em 1977: “O plano na política quem decide é o povo”, afirmou. O ex-ministro tenta se viabilizar como candidato do PL a prefeito de João Pessoa nas eleições de 2024. Tem o apoio do ex-presidente Bolsonaro, do presidente nacional Valdemar Costa Neto e do presidente estadual do PL, deputado Wellington Roberto, mas enfrenta resistências de outros postulantes, como o deputado federal Cabo Gilberto Silva, o deputado estadual Walbber Virgolino e o comunicador Nilvan Ferreira.