O Senado Federal promoveu, ontem, sessão especial para homenagear a Marcha das Margaridas, assim denominada em homenagem à líder sindical paraibana Margarida Maria Alves, que foi assassinada na década de 80 em Alagoa Grande por pistoleiros contratados por proprietários rurais do interior do Estado. O senador Paulo Paim (PT-RS) anunciou, na ocasião, a votação em Plenário do projeto que inclui Margarida Maria Alves no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria e defendeu a igualdade entre homens e mulheres, dizendo que a equidade de salários deveria ser natural.
O senador Beto Faro (PT-PA) afirmou que a homenagem se mostrava como uma oportunidade única de celebrar a grandeza e a valentia das mulheres brasileiras. Ele criticou a cultura do patriarcado e disse que o evento foi uma oportunidade para alertar, também, para as dificuldades e situações de desigualdade que atingem as mulheres, principalmente as trabalhadoras rurais. Faro destacou algumas das bandeiras da Sétima Marcha das Margaridas: democracia participativa, soberania popular, autonomia das mulheres, acesso à terra, foco na biodiversidade, mais participação feminina na política, universalização da internet e uma vida livre de violência, racismo e sexismo.
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, sublinhou que a marcha é um movimento legítimo de reivindicação. Segundo a ministra, as mulheres marcham há décadas pela liberdade e contra a cultura do estupro e da violência. Ela prometeu “caminhar junto” com as trabalhadoras rurais e implementar políticas públicas voltadas para as mulheres. “Precisamos tirar o ódio que colocaram neste país. Precisamos de paz neste país. Precisamos de um país que respeite as mulheres e saiba dialogar”, pediu a ministra. A coordenadora da Marcha das Margaridas, Mazé Morais, agradeceu a homenagem do Senado e disse que a diversidade das mulheres do campo e da floresta é que faz o movimento ser especial. Para Mazé, a marcha busca uma construção coletiva em prol da igualdade e de maior participação feminina na política.