Durante entrevista à imprensa, em Luanda, capital de Angola, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que é preciso discutir uma forma de “reparar” a ex-presidente Dilma Rousseff após decisão que manteve o arquivamento de uma ação contra ela no caso das “pedaladas fiscais”. Lula brincou sobre não ser possível devolver o cargo de presidente a Dilma. “Agora, vou discutir como é que a gente vai fazer, não dá para reparar os direitos políticos se ela quiser voltar a ser presidente, porque eu quero terminar meu mandato. Mas é preciso saber como reparar uma coisa que foi julgada por uma coisa que não aconteceu”.
O petista também afirmou que a atual presidente do banco dos Brics foi “absolvida” pelo TRF – Tribunal Regional Federal da Primeira Região, em Brasília, porém, a décima turma apenas julgou uma apelação do Ministério Público Federal contra o arquivamento no ano passado. A ação foi arquivada sem resolução de mérito, ou seja, não foi analisada por falta de fundamentação das acusações. Também em pronunciamento em Angola, Lula já havia comentado a decisão do TRF-1. Disse que o Brasil deve desculpas a Dilma. O TRF-1, por unanimidade, manteve na segunda-feira, 21, a decisão que arquivou uma ação de improbidade contra a ex-mandatária sobre o caso das “pedaladas fiscais” que embasou o processo de impeachment de Dilma em 2016.
A decisão também beneficiou o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, o ex-presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, o ex-secretário do Tesouro Arno Agustin e o ex-presidente do BNDES, Luciano Coutinho. O TRF julgou a apelação do MPF contra o arquivamento em primeira instância e decidiu mantê-lo.