O governador João Azevêdo (PSB) criticou o prefeito de Cabedelo, Vítor Hugo, do União Brasil, por ter ameaçado cancelar o desfile de Sete de Setembro por parte das escolas municipais e representantes de instituições alegando falta de segurança pública e incidência de uma escalada de violência, agravada pela briga entre facções que disputam territórios no tráfico de drogas na cidade portuária. Vítor Hugo alegou que não se dispõe a “colocar em risco” a segurança de crianças de unidades de ensino que participariam da manifestação cívica em Cabedelo e admitiu, até mesmo, recorrer à força nacional se persistir o ambiente de insegurança pública.
Em resposta, ao ser indagado, ontem, por jornalistas, o governador João Azevêdo acusou o prefeito de Cabedelo de fazer “politicagem” e lamentou que, na Paraíba, “se politize tudo”, sem levar em conta o verdadeiro interesse público. O chefe do Executivo estadual alegou que não há motivo para preocupação, informando que as forças de segurança têm conseguido reduzir os índices de criminalidade no Estado, como atestam documentos oficiais e estatísticas de órgãos de repercussão nacional. As versões dão conta de que o prefeito vinha se entendendo com a major Viviane, que comanda o destacamento da PM em Cabedelo, mas nos últimos dias se desentenderam quanto a questões da ordem pública local. Vítor Hugo queixa-se que houve incremento da violência e acusa o aparelho estatal de ser incapaz de reprimir a guerra do tráfico.
O prefeito de Cabedelo, que está no seu segundo mandato e que promete anunciar até o final do ano o candidato do seu esquema político à sucessão nas eleições de 2024, tem se envolvido em embates com adversários políticos que são ligados ao governador João Azevêdo. O pré-candidato do esquema do governador é o ex-deputado estadual Ricardo Barbosa, que foi derrotado nas eleições à Câmara Federal em 2022 e que recentemente assumiu a presidência da Companhia Docas de Cabedelo, anunciando investimentos de monta no Porto da cidade.