O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou, ontem, a prorrogação por 60 dias da investigação contra a ex-primeira-dama da Paraíba, Pâmela Bório, para saber se ela participou ativamente dos atos golpistas de 8 de janeiro, em Brasília, quando da invasão e depredação de sedes dos Três Poderes. Moraes escreveu a respeito: “Com relação às condutas imputadas a Pâmela Monique Cardoso Bório faz-se necessário o aprofundamento das investigações para definir se a investigada participou efetivamente dos atos criminosos praticados em Brasília no dia 8/1/2023”. A jornalista e ex-primeira-dama apareceu em redes sociais fotografando-se com uma câmera de vídeo em companhia do filho, dizendo estar “lutando pela democracia” e declarando apoio à manifestação. Ela foi casada com o ex-governador Ricardo Coutinho (PT).
A decisão de Alexandre de Moraes foi tomada no âmbito dos autos de uma queixa-crime movida pelo Psol (Partido Socialismo e Liberdade) e tinha como alvos, igualmente, os deputados Wallber Virgolino (estadual)e Cabo Gilberto Silva (federal), ambos do PL, bem como a vereadora por João Pessoa, Eliza Virgínia, do PP, e o comunicador Nilvan Ferreira, ex-candidato ao governo do Estado e à prefeitura da Capital pelo PP. Alguns deles postaram mensagens em redes sociais demonstrando apoio a manifestações de protesto, mas tanto Nilvan como Gilberto e Walbber desmentiram que tenham incitado a depredação de sedes dos Poderes na Capital Federal, bem como descartaram qualquer ação junto a empresários paraibanos para financiar deslocamento de manifestantes a Brasília para a prática de atos de vandalismo.
O relator da matéria deliberou que não foram confirmados indícios reais de fatos típicos praticados por Walbber, Gilberto, Eliza e Nilvan ou qualquer indicação dos meios que os mesmos teriam empregado em relação às condutas que foram objeto de investigação, ou, ainda, o malefício que produziu, os motivos que determinaram, o lugar onde a praticou, o tempo ou qualquer outra informação relevante que justifique a manutenção da investigação”. A decisão de Alexandre de Moraes segue o entendimento do subprocurador-geral da República, Carlos Frederico dos Santos, cujo parecer destaca que no dia dos atos violentos contra a sede do Congresso Nacional, há fotos publicadas na rede social que “evidenciam que a representada (Pâmela Bório) acompanhava a turba durante as invasões aos prédios públicos”. Os investigados foram ouvidos pela Polícia Federal em junho deste ano, a pedido de Alexandre de Moraes.