A Assembleia Legislativa da Paraíba realizou nesta quinta-feira, 21, sessão especial com o intuito de ampliar a campanha de conscientização sobre a prevenção ao suicídio, o Setembro Amarelo, e buscar mecanismos que fortaleçam os sistemas que cuidam da saúde mental da população paraibana. Proposto pela deputada Danielle do Vale, o evento aconteceu no plenário da Casa de Epitácio Pessoa e contou com a presença da deputada Francisca Motta, de profissionais de saúde mental, estudantes e representantes de instituições.
A deputada Danielle do Vale ressaltou a necessidade de discutir o tema com a população e avaliou que o Poder Legislativo, responsável pela elaboração de políticas públicas, torna-se o principal canal para receber demandas dos paraibanos. Para a parlamentar, a pauta é extremamente importante uma vez que o problema é grave, de saúde pública, e, apesar de ser delicado, é indispensável o debate sobre os modos de preveni-lo. “Trouxemos hoje a temática sobre o Setembro Amarelo com o propósito de sensibilizar a sociedade e a própria Casa sobre a prevenção ao suicídio, contando com a colaboração da comunidade acadêmica para fazer parte dessa temática de saúde mental que assola o mundo. Nós temos um papel de conscientização, de fazer a prevenção, de divulgar os canais de apoio, e esse é o nosso intuito, cumprir o nosso papel de combate ao suicídio”, enfatizou a deputada.
Para a diretora da Divisão de Psicologia da ALPB, Durvalina Rodrigues, é importante nessa prevenção um acompanhamento através de psicoterapia. “Sim, é de fundamental importância falar sempre sobre a temática, sendo uma situação multifatorial na nossa sociedade, a qual o sofrimento psíquico necessita, sobretudo, majoritariamente, de uma rede de cuidados. E a divisão de psicologia da Assembleia Legislativa tem uma relevância com o cuidado da saúde mental dos seus servidores”, ressaltou. Camila Franca, diretora-técnica do Complexo Psiquiátrico Juliano Moreira, explicou que, mais do que falar sobre o suicídio, é primordial debater sobre saúde mental e os transtornos que levam a pessoas a cometerem o ato, visto ainda como um tabu na sociedade.
– Estamos atravessando uma outra pandemia no mundo e precisamos fazer algo, em vez de atuar nas consequências do ato. A saúde mental ainda é um estigma para a população, o tema mais estigmatizado até dentro das redes de saúde. Então, precisamos falar sobre isso para prevenir o suicídio. Em 2021, 14 mil pessoas perderam a vida dessa forma, em 2022 o número subiu para 16 mil. Precisamos frear esse número, falando, justamente, sobre os assuntos que podem provocá-lo”, defendeu. No Brasil, a campanha Setembro Amarelo foi criada em 2015 pelo Centro de Valorização da Vida, Conselho Federal de Medicina e Associação Brasileira de Psiquiatria, com a proposta de associar à cor ao mês que marca o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio (10 de Setembro). Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, mais de 700 mil pessoas morrem por ano por essa causa, o que representa uma a cada 100 mortes registradas. Através do número 188, o CVV realiza apoio emocional e prevenção, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email e chat 24 horas todos os dias.