Na última sexta-feira, 6, começou a contagem regressiva de um ano para as eleições municipais de prefeito, vice-prefeito e vereador em Capitais e cidades brasileiras. Na largada, o cenário aponta um duelo entre o PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro para a conquista da hegemonia nas urnas. O primeiro turno será realizado em seis de outubro do ano que vem e, ao todo, cerca de 152 milhões de eleitores de 5.568 cidades devem ir às urnas (somente o Distrito Federal e a ilha de Fernando de Noronha) não têm eleições. O segundo turno, nas cidades em que for necessário, deve acontecer no último domingo do mês, em 27 de outubro.
João Pessoa, capital da Paraíba, é uma exceção ao cenário de polarização nacional. O pré-candidato do PL, o ex-ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, pontuou com 1% em pesquisa de intenção de voto, e o PT está dividido entre lançar candidatura própria ou apoiar a reeleição do prefeito Cícero Lucena (PP), que é apoiado pelo governador João Azevêdo (PSB). Cícero larga em vantagem na disputa, seguido pelo bolsonarista Nilvan Ferreira, que está deixando o PL por ter se sentido traído com a imposição do nome de Queiroga. Correndo por fora aparece o deputado federal Ruy Carneiro, do Podemos, que conta com o apoio dos ex-candidatos a governador Pedro Cunha Lima (PSDB) e Veneziano Vital do Rêgo (MDB). Mas há perspectiva de lançamento de outras candidaturas em diferentes partidos. No PT, que hoje realiza eleições para o diretório municipal de João Pessoa, disputam indicação para candidatura os deputados Luciano Cartaxo e Cida Ramos.
Em 2020, o MDB foi a sigla que mais emplacou chefes em cidades, com 797 eleitos, seguido do PP, com 701, e do PSD, com 662, conforme levantamento do “Poder360” junto ao Tribunal Superior Eleitoral. A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, admite que o partido se prepara para eleger mais prefeitos nas eleições vindouras, com Luiz Inácio Lula da Silva presidente. A sigla deve se apoiar na volta do petista ao Palácio do Planalto para tentar retomar maior relevância no cenário político municipal. Em 2020, o PT teve o seu pior desempenho nas cidades desde 2000, ungindo apenas 183 candidatos e perdendo o comando de 71 prefeituras no comparativo com o pleito anterior. Em 2012, os petistas comandaram 638 cidades – recorde do partido, mas daí em diante entrou em derrocada com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff em 2016.
O MDB foi a legenda com maior domínio nas cidades brasileiras, com 797 prefeituras, mas também com perdas de comandos na comparação com a eleição anterior. O vice-presidente nacional do PT, deputado federal Washington Quaquá, disse que o partido não estabeleceu metas de quantos prefeitos pretende eleger, mas que a perspectiva é de que a popularidade de Lula aumente em 2024 e “puxe” as candidaturas petistas. Em relação ao Partido Liberal (PL), o partido conta com o apelo eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro, conforme revela o presidente nacional da legenda, Valdemar Costa Neto. O PL tem uma meta ambiciosa para as eleições de 2024:eleger até 1.500 prefeitos em todo o Brasil. Para tanto, um “time de peso” será responsável por alavancar os resultados da sigla nas eleições municipais. Em seu perfil no Instagram, Valdemar Costa Neto escreveu: “Vamos bater recorde nas eleições de 2024”.