Um levantamento divulgado pelo Sebrae indica que 83% dos donos de pequenos negócios têm rendimento de até dois salários mínimos no território paraibano. O número consta na pesquisa “Empreendedorismo por faixa de renda”, produzido com base nos dados do segundo trimestre deste ano, a partir da coleta de informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), publicada pelo IBGE. No contexto nacional, 19,8 milhões de empreendedores apresentam rendimento na mesma faixa.
Ainda de acordo com os dados, a Paraíba é o sétimo estado do país com maior percentual de donos de negócios com rendimento até dois salários, ficando atrás do Amazonas (87%), Bahia (86%), Maranhão (85%), Ceará (85%), Sergipe (84%) e Pará (84%). Considerando a estatística por região, o Nordeste apresenta o maior percentual de empreendimentos nesta mesma faixa salarial, sendo 84%. Outros 12% têm rendimento entre dois e cinco salários e 4% cinco salários mínimos ou mais.
Conforme o gerente da agência regional do Sebrae/PB em Sousa, Thiago Lucena, um dos aspectos que deve ser observado no levantamento é a importância da qualificação para o crescimento do rendimento. “Existem alguns elementos nesta pesquisa que merecem reflexão, um deles diz respeito à qualificação do empreendedor. A partir dos dados apresentados, é possível concluir que o nível de escolaridade mais elevado tende a ser determinante para o acesso às melhores faixas de rendimento. Isso significa, portanto, que a capacitação é um caminho de progresso para os negócios e seus donos”, explicou.
Na faixa de rendimento de até dois salários, a pesquisa destaca que 45% dos donos de negócios no país possuem formação completa até o fundamental, enquanto 42% apresentam ensino médio completo ou incompleto e 12% tiveram acesso a formação superior ou mais. No contexto acima de cinco salários, essa realidade muda e 62% dos empreendedores têm ensino superior incompleto ou mais, 22% chegaram a cursar ensino médio completo ou não e 17% concluíram o ensino fundamental.
“Outro aspecto que se destaca é o nível de correspondência entre a faixa de menores rendimentos com os negócios informais e cujos donos operam por conta própria, ou seja, sem colaboradores empregados. Esse contexto tem sido, em muitas ocasiões, um fator limitante de crescimento, pois a informalidade restringe oportunidades, e a dependência exclusiva da capacidade operacional do próprio dono inviabiliza a elevação do desempenho”, concluiu Thiago Lucena.
O levantamento revela ainda quais os setores com mais registros na faixa de renda até dois salários no cenário nacional, sendo: serviço (39%), comércio (21%), agropecuária (16%), construção (15%) e indústria (10%).