O comando do PDT, Partido Democrático Trabalhista na Paraíba, está sendo disputado, nos bastidores, por grupos políticos ligados ao governador João Azevêdo (PSB) e ao prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), já tendo sido cogitado o nome da primeira-dama da Capital, Lauremília Lucena, para presidir a legenda. O mandato da atual Comissão Provisória do PDT, presidida por Marcos Ribeiro, termina hoje e ele deu declarações, ontem, manifestando que espera ser reconduzido no comando da agremiação, mas é contestado no próprio PDT pelo vereador Júnio Leandro, da Capital. A Executiva Nacional convocou reunião com os dirigentes das seções estaduais para hoje, dia 27, de forma presencial e remota, por transmissão pelo aplicativo zoom, para análise da conjuntura nacional, avaliação dos dez meses de atuação do ministro da Previdência Social, Carlos Luppi, presidente licenciado do PDT, avaliação e deliberações sobre a situação político-administrativa no diretório e executiva no Ceará e atos do cotidiano partidário/assuntos gerais.
O presidente em exercício da Executiva Nacional do PDT é o deputado André Figueiredo, que assina o edital de convocação da reunião de hoje, envolvendo, também, membros da Executiva Nacional Ampliada. Marcos Ribeiro, que assumiu como uma espécie de “interventor” de confiança da cúpula nacional, depois do afastamento da ex-vice-governadora Lígia Feliciano e do seu marido, o deputado federal Damião Feliciano, revelou ter realizado um trabalho de resgate da legenda, lembrando que encontrou muitos diretórios municipais desativados ou com pendências e acrescentando que esse trabalho de reestruturação está tendo continuidade, inclusive, na perspectiva de preparação de quadros para as eleições municipais de 2024.
Ontem, o presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino (Republicanos), falando a emissoras de rádio, sugeriu que o governador João Azevêdo se articule para assumir o comando do PDT no Estado, lembrando que se trata de uma agremiação de esquerda que está na base de apoio ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Adriano Galdino reafirmou que João Azevêdo “precisa de um partido para chamar de seu”, insinuando que no PSB, presidido pelo deputado federal Gervásio Maia, ao qual é filiado, não há essa garantia. Maia, nos últimos dias, reuniu-se com o deputado estadual Luciano Cartaxo (PT) para discutir a sucessão municipal em João Pessoa, mesmo ciente de que o governador mantém compromisso de apoio à candidatura do prefeito Cícero Lucena (PP) à reeleição. Abordado, ontem, por jornalistas, João Azevêdo disse que não fecha as portas para entendimentos com o PDT, ampliando o conjunto dos partidos com quem dialoga. Mas foi enfático ao dizer que se sente “confortável” no PSB e que não tem reclamações contra o partido.