Nonato Guedes
O União Brasil, presidido na Paraíba pelo senador Efraim Filho, continua investindo na atração do prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima (PSD), para se filiar ao partido e por ele concorrer à reeleição na disputa de 2024. Ontem, o deputado estadual George Morais, irmão de Efraim, admitiu que além das manifestações de prestígio e de apoio à recondução de Bruno à prefeitura foi-lhe oferecida a indicação para a vice-presidência estadual da legenda, onde poderá coordenar, ao lado do senador, estratégias para os embates eleitorais do próximo ano em diferentes regiões do Estado. Efraim voltou a intensificar agendas juntamente com Bruno e é confiante em que ele se filiará no mês de novembro.
O prefeito de Campina, que participou, ontem, da convenção estadual do PSDB em que o deputado estadual Fábio Ramalho foi conduzido à presidência sucedendo ao ex-deputado federal Pedro Cunha Lima, chegou a confirmar que os entendimentos estão avançados com a cúpula do União Brasil e que não há, de sua parte, dificuldade para ingresso na legenda, já que em 2022 formou com a candidatura de Efraim ao Senado no Compartimento da Borborema. O gestor observou, entretanto, que pretende aprofundar consultas dentro do grupo político a que pertence em Campina Grande para, então, anunciar uma definição. O “assédio” do União Brasil foi reforçado depois do fogo cruzado de aliados do governador João Azevêdo contra Bruno, a exemplo do secretário de Saúde do Estado, Jhony Bezerra, que preside o diretório municipal do PSB e é tido como alternativa para concorrer à prefeitura em Campina. Bruno chegou a reagir acusando Jhony de “forasteiro” ao comentar críticas que este fez à política administrativa municipal na área da Saúde.
O senador Efraim Filho tem insistido em declarar que o prefeito Bruno Cunha Lima é “um quadro valoroso na cena política estadual” e que pode contribuir para a renovação nos pleitos futuros, integrando chapas majoritárias ou concorrendo a outros mandatos. Bruno confessou que não tem mais clima no PSD paraibano, presidido pela senadora Daniella Ribeiro, para permanecer na agremiação, embora ainda tenha canais de diálogo com expoentes da direção nacional. Mas concorda em que precisa ter segurança jurídica e política para se filiar a outra legenda e, assim, viabilizar o projeto de candidatar-se mais uma vez à chefia do executivo municipal. Entre aliados mais próximos de Bruno, dá-se como iminente a sua saída do PSD, confirmando que “a confiança foi quebrada”. O prefeito de Campina Grande passou a contar, depois das eleições de 2022, com o apoio decisivo do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB) à sua administração, mediante aporte de recursos federais e encaminhamento de pleitos de interesse da população da Rainha da Borborema. Também tem tido a colaboração decisiva do senador Efraim Filho na solução de outras demandas.
A vice-presidência estadual do União Brasil era exercida pelo prefeito de Cabedelo, Vítor Hugo, que, surpreendendo a todos, rompeu com o partido dizendo não concordar com a aproximação deste com o comunicador Nilvan Ferreira, que tenta ser candidato a prefeito de João Pessoa fora do PL, ao qual ainda está filiado. Vítor Hugo, em operação fulminante, ingressou nos quadros do Avante e passou a comandar o partido no Estado. O prefeito de Cabedelo, porém, ao que se sabe, não fechou portas de entendimento com o União Brasil, que deverá apoiar o candidato indicado por ele à sua sucessão na cidade portuária em 2024, o vereador André Coutinho, presidente da Câmara Municipal. Desafiando o esquema de Vítor Hugo apresenta-se, pelo esquema do governador João Azevêdo, o ex-deputado estadual Ricardo Barbosa, que atualmente está investido no comando da Companhia Docas da Paraíba, que administra o Porto de Cabedelo.