O senador Efraim Filho, presidente estadual do União Brasil, revelou, ontem, que está decidida a filiação do prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima, à legenda, e que o ato deverá ocorrer em dezembro, com a presença de figuras políticas nacionais de destaque. O parlamentar ressaltou que a data exata para o evento depende da conciliação de agendas com personalidades que serão convidadas para prestigiar a filiação de Bruno e adiantou que o prefeito passará, mesmo, a ocupar a vice-presidência estadual do União Brasil, na vaga aberta com a renúncia do prefeito de Cabedelo, Vítor Hugo, que deixou o União por divergências políticas e ingressou no Avante na condição de dirigente estadual.
Bruno Cunha Lima foi candidato a prefeito de Campina Grande em 2020 pelo PSD, mas passou a enfrentar dificuldades na legenda depois que o grupo da senadora Daniella Ribeiro assumiu o comando da sigla. O filho de Daniella, Lucas Ribeiro, do PP, é vice-governador do Estado no segundo mandato de João Azevêdo (PSB), tendo rompido com Bruno, de quem era vice-prefeito, para entrar na chapa do gestor socialista na campanha de 2022. Bruno relatou que desde então suas relações cordiais foram apenas com a direção nacional do PSD, que mesmo assim abonou a filiação de Daniella e entregou-lhe o comando do partido. “Passei a não ter diálogo com dirigentes no Estado”, informou ele.
O prefeito, que será candidato à reeleição no próximo ano e que passou a contar, também, com o reforço do senador Veneziano Vital do Rêgo, presidente estadual do MDB, que tem destinado recursos de emendas parlamentares e liberado pendências da edilidade em Brasília, recebeu uma ficha de filiação ao União Brasil em branco, assinada pelo senador Efraim Filho, durante solenidade de que participou na Assembleia Legislativa em que Efraim debatia temas de repercussão nacional. Desde então, criou-se a expectativa da sua migração para o partido, mas oficialmente Bruno Cunha Lima não havia oficializado a resposta, alegando que precisava consultar seus aliados políticos em Campina Grande e examinar outras propostas que lhe foram feitas por várias legendas.
Efraim, todavia, sempre teve confiança no ingresso de Bruno no União Brasil, alegando que ele teria espaços de atuação política e apoio para a candidatura à reeleição no pleito de 2024. O senador deixou claro que não iria pressionar o prefeito da Rainha da Borborema, deixando-o à vontade para decidir, “no seu tempo”, o que era melhor para as suas pretensões. Também enfatizou que o convite formulado era uma homenagem à liderança política de Bruno em Campina Grande e no Estado da Paraíba e uma retribuição ao apoio dele recebido na sua campanha vitoriosa para conquistar uma vaga no Senado Federal. Bruno e Efraim são mencionados, na mídia, como possíveis opções para disputa ao governo em 2026, mas evitam antecipar o debate. O próprio prefeito deixa claro que sua prioridade é pavimentar a própria reeleição, “indo buscar mais um crédito de confiança do eleitorado para um segundo mandato à frente dos destinos da cidade”.
A oposição, liderada pelo grupo da senadora Daniella Ribeiro e pelo esquema do governador João Azevêdo, quebra cabeça para definir um nome viável eleitoralmente que possa dar combate a Bruno Cunha Lima na sua jornada pela reeleição. Pelo PSB, atua nos bastidores o secretário de Saúde do Estado, Jhony Bezerra, que é presidente do diretório municipal do partido e foi incumbido de reestruturar e fortalecer a agremiação em Campina Grande. Mas igualmente é referido o nome da senadora Daniella Ribeiro, que tem posição de destaque no cenário nacional, tendo sido eleita recentemente para presidir a Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional. Os líderes oposicionistas afirmam que ainda estão na fase de conversas e de sondagens sobre opções, devendo partir para uma definição no momento oportuno.