Depois de lançar na última quinta-feira, 9, a cartilha intitulada “Assédio Adoece e Mata”, o Sindicato dos Bancários da Paraíba intensifica a campanha de conscientização contra essa prática adotada no campo moral e sexual e que tem produzido vítimas no trabalho. A iniciativa tem o objetivo de ajudar a promover o enfrentamento de condutas danosas no ambiente de trabalho bancário, além de reforçar os canais de denúncia e alertar a categoria para o aumento do adoecimento gerado pelo assédio dentro das agências
O presidente do Sindicato, Lindonjhonson Almeida, lembrou que essa luta é contínua e que os trabalhadores devem estar atentos aos primeiros sinais de assédio. “Essa ação é necessária e também simbólica para ajudar quem enfrenta situações caóticas de assédio e que nem sempre sabe lidar ou enfrentar os episódios de abusos dentro das agências”, comentou. A cartilha reúne diversas orientações e definições de assédio e mostra os mecanismos para a prevenção dessas formas de violência no ambiente de trabalho. A cartilha também lista canais de denúncia, equipes de acolhimento e demais ferramentas de apoio às vítimas.
A juíza do Tribunal Regional do Trabalho da Oitava Vara do Trabalho de João Pessoa e diretora da Escola Superior da Magistratura Trabalhista-ESMAT13, Dra. Francisca Poliana Aristóteles Rocha de Sá, palestrou no Sindicato sobre o tema e abordou os meios de vencer e se sobrepor às condutas adoecedoras dentro do ambiente laboral. Conforme ela, a comunicação deve ser priorizada como ferramenta no combate. “Existem canais para isso. A comunicação que soluciona e entende ambas as partes deve ser valorizada porque ajuda em muitos aspectos. O gestor tem que saber comunicar, assim como o trabalhador. Quando todos se entendem, o trabalho fui melhor e se evita transtornos mais graves como assédio e doença”, alertou.
Segundo dados do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador – Cerest, de João Pessoa, a categoria é uma das que tem maior índice de afastamento por adoecimento psicológico causado pelo assédio dentro das agências. Só no ano passado, conforme os dados mais atuais, a nível de João Pessoa, dos 48 atendimentos realizados, 17 bancários seguem afastados pelo INSS e estão impossibilitados de retornar às atividades laborais em João Pessoa por adoecimento psíquico”, revela o relatório do Cerest. Manifestaram apoio à iniciativa o vereador Marcus Henriques, do PT, o presidente da CUT-PB, Tião Santos, o secretário de Saúde do Trabalhador, Washington Luís e o juiz do trabalho Alexandre Roque Pinto.