O presidente do Tribunal de Contas do Estado, conselheiro Nominando Diniz Filho, recebeu em audiência, ontem, o padre George Batista, atual diretor do Instituto Padre Zé, unidade mantenedora do Hospital Padre Zé, instituição que foi alvo de escândalo após o episódio de corrupção que afasto o ex-diretor, padre Egídio de Carvalho, envolvido em irregularidades denunciadas pelo Ministério Público e que tiveram repercussão na mídia nacional.
Acompanhado da assessora Valdênia Figueiredo Inácio, o padre George Batista requereu ao conselheiro apoio do TCE para ampliar a transparência dos recursos que são transferidos pelos órgãos públicos à instituição. Ao mesmo tempo, solicitou a orientação do Tribunal no tocante à prestação de contas, inclusive, em relação aos valores creditados e utilizados pelo Instituto na manutenção do Hospital e das ações sociais focadas nas pessoas carentes.
O padre George revelou ao presidente do Tribunal as dificuldades que está enfrentando, diante da situação em que se encontra o Instituto, inclusive, no que diz respeito aos compromissos diários que precisam ser mantidos para fazer o Hospital funcionar em condições mínimas, tendo em vista que são dezenas de pacientes internos, precisando de acompanhamento dos médicos e enfermeiros, de medicamentos e demais atividades de apoio. O conselheiro Nominando Diniz disse ao conselheiro que o TCE tem sido parceiro no apoio ao Ministério Público, contribuindo com a investigação que está sendo realizada com o intuito de apurar as responsabilidades pelos desvios de recursos transferidos ao Instituto, na ordem de R$ 150 milhões, sob a responsabilidade do ex-diretor, padre Egídio, que permanece preso em João Pessoa.
De acordo com as investigações do Gaeco, os valores recebidos pela direção anterior teriam sido utilizados para compra de imóveis pessoais, peças de artes e objetos de alto valor financeiro. Nominando orientou ao sacerdote para que o Instituto introduza um sistema de controle financeiro na internet, espaço para publicação de toda a movimentação financeira, mostrando com transparência a movimentação dos créditos e dos débitos da instituição. O diretor de Tecnologia do TCE, auditor Ed Wilson, também participou da reunião. Durante sua passagem pelo Tribunal de Contas, o padre George Batista ainda foi convidado por um grupo de servidores para conhecer e abençoar a “Sala de Orações”, que fica instalada no andar térreo do órgão, um local de paz e comunhão, propício para meditação, leitura do Livro Sagrado e orações.