Em comunicado à imprensa, o advogado criminalista Sheyner Asfóra informou que não integra mais a defesa do padre Egídio de Carvalho Neto, que se encontra recolhido ao presídio do Valentina, em João Pessoa, desde a última sexta-feira, 17, no âmbito da Operação Indignus, que apura desvio vultuoso de recursos, por parte de uma organização criminosa, do Hospital Padre Zé, mantido pelo Instituto que tem o mesmo nome. Sheyner disse ter renunciado aos poderes que lhe foram outorgados, devido a incompatibilidade de estilo com relação à atuação adotada por colegas advogados, de Pernambuco, que continuarão no patrocínio dos interesses do seu ex-constituinte.
“Por questão de justiça e reconhecimento, registro, nesta oportunidade, o meu agradecimento ao padre Egídio pela confiança depositada em meu trabalho profissional, que exerci com ética, boa técnica, zelo e dedicação, atributos esses que tenho a honra e o orgulho de serem os condutores da minha trajetória de mais de 20 anos de exercício da advocacia criminal”, esclareceu Sheyner Asfóra. Ele comunicou pessoalmente a sua decisão ao padre Egídio de Carvalho e protocolou a petição de renúncia nos autos do processo que tramita perante o Poder Judiciário paraibano. “Desta forma, em estrita observância ao Código de Ética e Disciplina da OAB, declaro que não mais irei me pronunciar sobre o presente caso objeto deste comunicado de renúncia”, concluiu o advogado.
Por outro lado, um dos defensores do padre Egídio, advogado José Rawlinson Ferraz Filho, confirmou ter sido apresentado à Quarta Vara Criminal de João Pessoa um pedido para afrouxamento da prisão preventiva do sacerdote, convertendo-a em prisão domiciliar. A alegação foi a de que o sacerdote tem uma série de problemas de saúde física, com comorbidades e, também emocional, com depressão profunda. Sugere que o tratamento de uma das doenças não poderia ser feito dentro da penitenciária, mas em um hospital de Pernambuco.
Em paralelo, o padre Egídio, conforme sua defesa, tem cuidado da saúde da mãe, de 92anos, e de uma irmã, também em idade avançada e igualmente enferma. Ferraz Filho lembrou que não há motivação para continuidade da prisão, já que Egídio compareceu voluntariamente sempre que chamado para prestar informações e já está afastado de suas atividades, sem ter qualquer ingerência nas contas do instituto. A alegação da defesa contrasta com informação da Secretaria de Administração Penitenciária do Estado de que o sacerdote apresenta bom estado de saúde.