A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), criticou as reações ao veto integral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao projeto que prorrogava até 2027 a desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia. A decisão foi tomada na quinta-feira e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, justificou que o governo iria elaborar uma proposta alternativa para apresentar até o final do ano, sem onerar o Tesouro Nacional.
“Mercado, empresários, mídia, presidentes da Câmara e do Senado exigem déficit zero nas contas do governo. Mas quando o presidente Lula veta a desoneração que o Congresso deu a determinados setores, parece que o mundo vai acabar”, disse Gleisi por meio do seu perfil no X (antigo Twitter).
Segundo a presidente do PT, os críticos ao veto de Lula são liberais “só com as verbas do Executivo, que atendem à população”, mas quando se trata do imposto que devem pagar, esse liberalismo acaba.
“Lula e Fernando Haddad (ministro da Fazenda) fizeram bem em não prorrogar um benefício que custa 25 bilhões e sem nenhuma comprovação de que gerou empregos”, completou.
Há uma articulação entre deputados e senadores para derrubar o veto do presidente Lula. Dessa articulação faz parte o senador paraibano Efraim Filho, líder do União Brasil, que considerou “incompreensível” a decisão do presidente da República em vetar integralmente a matéria. Efraim se empenhou pela desoneração da folha desde quando exercia o mandato de deputado federal e sempre esteve articulado com segmentos do empreendedorismo e da área produtiva, que reclamavam o benefício. Para ele, foi intempestiva a medida do veto e os congressistas não esperavam que o presidente da República vetasse integralmente a proposta.
Estava pacificado que o governo poderia vetar a parte relacionada aos benefícios previdenciários de municípios, mas o grupo acreditava na sanção da desoneração da folha para 17 setores da economia, que existe desde 2012. Em entrevista a jornalistas, o ministro Fernando Haddad afirmou que o Brasil erra há 100 anos com a desoneração da folha, explicando que a medida é inconstitucional e não tem eficácia. Prometeu apresentar uma “solução” depois da COP 28 – vigésima oitava conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, de 30 de novembro a 12 de dezembro.