A deputada federal Gleisi Hoffmann, presidente do PT, disse que a queda na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode trazer o mesmo destino da ex-chefe do Executivo Dilma Rousseff, que deixou o cargo após sofrer impeachment em 2016. “Se a popularidade do presidente Lula cair um pouquinho, vocês não tenham dúvida do que o Congresso Nacional vai fazer. Fizeram com a Dilma, tivemos problema com a Dilma começando na economia”, afirmou Gleisi, durante a Conferência Eleitoral do PT em Brasília.
De acordo com pesquisa Datafolha divulgada esta semana, 40% dos brasileiros nunca confiam no que o presidente Lula diz, enquanto 24% sempre confiam no petista. Também no início de dezembro, levantamento do Ipec indicou que 38% dos brasileiros classificam o terceiro governo de Lula como ótimo ou bom e os que avaliam como ruim ou péssimo somam 30%. “Se a gente baixar a popularidade do presidente, esse Congresso engole a gente. Nós não temos força ali. Então, o que nós temos que fazer é isso, melhorar a vida do povo para que a gente possa ter essa base e possa fazer a disputa política”, disparou a presidente do PT.
No discurso, Gleisi Hoffmann ressaltou a necessidade de pautas sociais no governo Lula e a discussão em torno de projetos fiscais, uma vez que, segundo ela, a política monetária não está nas mãos de aliados, ao se referir ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. “A gente não tem a política monetária, que está com o Banco Central, que foi nomeado por Bolsonaro e Paulo Guedes. O presidente que está lá é um neoliberal e que atenta contra o Brasil e contra os interesses do Brasil”, enfatizou a deputada federal.
A presidente do PT tem defendido, durante a conferência, que os petistas assumam lugares normalmente ocupados por políticos conservadores. Gleisi Hoffmann destaca a necessidade de os candidatos a cargos eletivos em 2024 ampliar as suas estratégias de comunicação. “As eleições municipais do próximo ano serão fundamentais para fazermos o embate político contra a extrema-direita e as forças do atraso e para prepararmos as bases para a disputa de 2026”, defendeu Gleisi Hoffmann. A Conferência Eleitoral do PT ocorreu até ontem no Centro de Convenções Ulysses Guimarães em Brasília, contando com a participação de políticos, lideranças sindicais, apoiadores e possíveis candidatos.