Depois de conseguir as assinaturas regimentais para instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa com vistas a apurar irregularidades relacionadas a desvios de recursos do Instituto Padre Zé, mantenedor do hospital que atende carentes João Pessoa, o deputado Walbber Virgolino (PL) revelou que está empenhado, agora, no funcionamento da Comissão para que ela possa subsidiar autoridades do Gaeco e da Polícia Civil que já apuram as denúncias a respeito. Os recursos públicos teriam sido desviados na gestão do padre Egídio de Carvalho, que foi afastado do Instituto e que se encontra preso em João Pessoa.
Além de doações de pessoas do povo e de entidades da sociedade, o Instituto Padre Zé tem se mantido com verbas oriundas de emendas parlamentares liberadas por deputados federais, estaduais, senadores e vereadores, bem como de outros órgãos públicos que têm procurado colaborar para o seu efetivo atendimento. O deputado Walbber Virgolino, na justificativa do pedido de instalação da CPI, argumentou que estão em jogo recursos públicos, que teriam sido desviados para manter uma posição de luxo do padre Egídio. Por duas vezes a assessoria jurídica do sacerdote acusado tentou junto ao Tribunal de Justiça reverter sua prisão em prisão domiciliar, mas a solicitação foi negada. “O meu interesse, como deputado, é o esclarecimento dos fatos, para que a sociedade seja inteirada do que realmente aconteceu”, disse Walbber Virgolino, lembrando a repercussão nacional ocasionada pela denúncia de irregularidades no Instituto Padre Zé.
As doze assinaturas regimentais colhidas pelo deputado Walbber agregam nomes como os das deputadas Camila Toscano e Paula Francinete, dos deputados George Morais, Anderson Monteiro, Tovar Correia Lima, Sargento Neto, Taciano Diniz, Michel Henrique, João Bosco Carneiro, André Gadelha e Fábio Ramalho. A decisão sobre instalação ou não da Comissão Parlamentar de Inquérito dependerá do presidente da ALPB, deputado Adriano Galdino, que pode requisitar pareceres competentes por parte da Procuradoria Jurídica da Casa sobre a legalidade ou não da iniciativa. Walbber Virgolino assegura que não há interesse da CPI em prejudicar as investigações já em andamento, mas, sim, em colaborar para a agilidade na coleta de informações que possibilitem uma radiografia sobre as acusações demandadas.