Por decisão da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) ficou pautado para o dia 20 de fevereiro o agravo regimental (recurso) impetrado pela defesa do padre Egídio de Carvalho Neto contra a decisão do ministro Teodoro Silva Santos, que manteve a ordem de prisão contra ele, no processo envolvendo acusações de desvio de recursos do Instituto Padre Zé, mantenedor do Hospital Padre Zé, que era dirigido pelo religioso. Egídio está preso desde o dia 17 de novembro, suspeito de integrar uma organização criminosa que teria desviado R$ 140 milhões do Hospital Padre Zé, unidade filantrópica mantida com doações individuais e com verbas públicas oriundas de emendas parlamentares e de liberações de governos.
O julgamento colegiado deverá acontecer durante sessão virtual da Corte e o padre Egídio, em caso desfavorável, ainda poderá recorrer ao Supremo Tribunal Federal. A sinalização, porém, é de que ele deverá permanecer o Natal e a passagem de Ano Novo no presídio do Valentina Figueiredo, onde está recolhido, em João Pessoa. No Tribunal de Justiça da Paraíba, o desembargador Ricardo Vital de Almeida, relator da Operação Indignus, que investiga as denúncias, igualmente rejeitou o pleito para que o sacerdote fosse posto em liberdade.
No mês passado, o Ministério Público da Paraíba apresentou as primeiras denúncias a respeito do rumoroso caso. Além de Egídio, o Gaeco Jayme ex-diretoras do Hospital, como Janyne Dantas e Amanda Duarte, por irregularidades e desvio de recursos públicos. O caso envolvendo o padre Egídio teve ampla repercussão nacional, sendo destaque em programas de audiência de emissoras de televisão do país. O Instituto e Hospital estão sob nova direção, do padre George, designado pela Arquidiocese Metropolitana da Paraíba, que já manifestou a sua postura de colaborar com as autoridades policiais para esclarecimento dos fatos e ressarcimento de recursos apropriados das instituições que prestam assistência médica e social.