Conforme levantamento publicado pelo “Congresso em Foco”, pelo menos 30 deputados federais participaram de todas as sessões realizadas no ano de 2023, assinalando 100% de assiduidade no desenrolar dos trabalhos legislativos. Entre os trinta, dois são paraibanos e estão em posição de confronto no campo ideológico: Gervásio Maia, do PSB, computou participação em 116 reuniões, enquanto o Cabo Gilberto Silva, do PL, marcou presença em 115. No reverso da medalha, o deputado federal Wellington Roberto, que é presidente estadual do PL na Paraíba e foi reeleito em 2022, zerou em participações no Plenário, não tendo feito um único discurso na tribuna da Casa e também não tendo relatado nenhum projeto em 2023, a despeito de ser tido como experiente, tendo chegado a exercer mandato de senador quando do falecimento de Humberto Lucena (PMDB) numa das legislaturas.
O deputado Cabo Gilberto foi o que mais utilizou a tribuna da Casa entre os paraibanos, registrando 430 participações e sendo o relator de 28 matérias. Este foi seu primeiro ano na Câmara dos Deputados – até então exercia mandato de deputado estadual, onde se notabilizou pelas posições de direita, pelo alinhamento com o bolsonarismo e pela defesa de melhorias na Segurança Pública e dos policiais civis e militares, além de ter sido crítico constante do governo João Azevêdo. O Cabo Gilberto não esconde sua posição contrária a matérias do governo do presidente Lula. Outro alvo constante de suas críticas é o Supremo Tribunal Federal, onde ele identifica “excessos” de atuação e invasão de competências legislativas, além de admoestar quanto a supostas restrições da liberdade de expressão, principalmente por parte de agentes políticos. Cabo Gilberto, em entrevistas, fez críticas diretas, sobretudo ao ministro Alexandre de Moraes, que ele considera bastante rigoroso e expoente do “ativismo” que, segundo entende, predomina em segmentos do Judiciário.
“O Congresso em Foco” ressalta que a quinquagésima sétima legislatura da Câmara dos Deputados encerrou o seu primeiro ano de atividade com indicadores tanto positivos quanto negativos nos índices de assiduidade de seus parlamentares. Se, por um lado, houve uma ligeira queda na média de presença em comparação com o ano anterior, caindo de 92,16% para 90,83%, por outro lado disparou o número de parlamentares que participaram de todas as sessões plenárias: de dois, o número subiu para 30 deputados. Além desses 30 parlamentares com presença absoluta, outros 33 alcançaram 100%de assiduidade mas sem possuir mandato ao longo do ano inteiro. São parlamentares que, em algum momento, precisaram tirar licença, bem como suplentes que assumiram a função temporariamente mas participaram de todas as sessões destinadas à votação ao longo desse período.