Nonato Guedes
O governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB), presidente do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste, disse, ontem, ao colunista, que faz questão de comparecer ao evento da próxima segunda-feira, 8, em Brasília, articulado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assinalar um ano dos ataques golpistas às sedes dos Poderes na Capital Federal. Segundo João Azevêdo, os atos golpistas acabaram tendo um efeito didático que foi o de fortalecer a consciência democrática no âmbito da sociedade brasileira. O governo federal prepara um evento com o mote “Democracia inabalada”, que terá a presença dos presidentes do Supremo Tribunal Federal, da Câmara e do Senado, além de governadores e ministros, sendo esperados 500 convidados no Congresso Nacional. Governadores bolsonaristas e que fazem oposição ao presidente Lula não devem comparecer ao evento, como Tarcísio de Freitas, de São Paulo, e Romeu Zema, de Minas Gerais.
Azevêdo lembrou que no dia seguinte aos atos terroristas em Brasília esteve em Brasília, juntamente com outros governadores, para hipotecar solidariedade ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aos representantes dos outros Poderes. Ele contou que a presença na Capital Federal foi decidida em conversas entre os governadores nos grupos de WhatttApp, quando firmou-se o consenso de que deveria haver uma reação enérgica na defesa das instituições. Àquela altura, conforme o seu relato, as imagens da onda de depredações em Brasília eram chocantes e tinham repercussão internacional, despertando um sentimento de repúdio às ameaças dos extremistas inconformados com o resultado eleitoral de 2022 que projetou a volta do líder petista Lula da Silva ao poder. No dia seguinte à invasão, Lula conseguiu a adesão dos governadores a uma reunião – dos 27, 23 titulares de Executivos estiveram pessoalmente em Brasília e quatro (Goiás, Rondônia, Acre e Mato Grosso) enviaram os vices ou representantes. Depois do encontro, Lula, seus ministros e os governadores seguiram caminhando pela praça dos Três Poderes, do Palácio do Planalto até o Supremo.
No último dia 12 de dezembro, em um evento com alguns governadores, entre eles Tarcísio de Freitas, do Republicanos-SP, para anunciar investimentos de bancos públicos nos Estados, Lula convidou publicamente os chefes de Executivos estaduais para o ato. “Estou convidando todos os governadores porque no dia 8 de janeiro vamos fazer um ato aqui em Brasília para lembrar o povo que tentou se dar um golpe no dia 8 de janeiro e que ele foi debelado pela democracia desse país”, ressaltou o presidente, acrescentando desejar a presença de autoridades para nunca mais deixar as pessoas colocarem em dúvida que o regime democrático é a única coisa que dá certeza de as instituições funcionarem e o povo ter acesso à riqueza que produz. Para o governador João Azevêdo,o desencadeamento das manifestações golpistas foi um tiro pela culatra, já que uniu parcelas influentes da sociedade brasileira na defesa do regime democrático e das liberdades públicas. A seu ver, a “fúria” destruidora constatada em Brasília serviu de alerta à população contra as ações de sabotagem por parte dos extremistas derrotados nas urnas.
Além de prestigiar o evento do dia 8, o govenador João Azevêdo informou que aproveitará a permanência em Brasília para manter audiências com ministros do governo e representantes de outras Pastas importantes a fim de encaminhar demandas não somente da Paraíba, mas, também, de interesse da região Nordeste. O governante destacou que o Estado vem sendo bem contemplado pelo governo do presidente Lula nas suas reivindicações, inclusive, algumas que foram remanejadas para fazer parte do PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento, relançado na terceira gestão do petista. Considera o gestor socialista que a Paraíba vive uma situação excepcional com o agendamento de investimentos do governo federal em setores estruturantes e com a liberação de recursos para execução de obras de impacto para a população. Assegura que essa situação é decorrente, também, das medidas de controle e equilíbrio fiscal-financeiro que o seu governo tem implementado e que tem possibilitado, seguidas vezes, a obtenção de classificação do Rating A por parte da Secretaria do Tesouro Nacional, como reconhecimento a boas práticas de gestão que estão sendo encetadas e adequação a dispositivos da Lei de Responsabilidade Fiscal.
O governador, nas declarações ao colunista, demonstrou otimismo, por outro lado, com as perspectivas de vitória de candidatos da base governista a prefeito em cidades da Paraíba este ano. Identificou que pelo menos três partidos se apresentarão na disputa com condições plenas de competitividade, o PSB, do qual é presidente de honra, o Partido Progressista (PP) e o Republicanos, dirigido pelo deputado federal Hugo Motta. Salientou que já foi feito um mapeamento da conjuntura nas diferentes regiões e que haverá municípios em que o PSB terá candidatos próprios e municípios em que apoiará candidatos de legendas aliadas, por serem mais competitivos. O processo está sendo coordenado em conjunto com as lideranças municipais e a estimativa é de que o esquema se credencie a vitoriar com mais de 140 candidaturas na Paraíba. “Para isto, será fundamental a continuidade das ações de governo, com vistas a carrear benefícios para as camadas mais carentes da população”, finalizou o governador João Azevêdo.
.