O senador paraibano Efraim Filho, líder do União Brasil, participa hoje, em Brasília, de uma reunião de líderes de bancadas com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) a fim de discutir a devolução ao Executivo da Medida Provisória do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que reonera a folha de pagamento de empresas de 17 setores de atividades, causando prejuízos quanto à geração de empregos. O parlamentar reiterou, ontem, sua “posição de coerência” em torno do assunto, lembrando que foi o autor, ainda na Câmara dos Deputados, do projeto de desoneração da folha como forma de contribuir para o desenvolvimento da livre iniciativa e para evitar o desemprego no país.
Efraim admitiu ter conversado por telefone com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a quem expôs os fundamentos da sua argumentação em prol da desoneração, reafirmando o ponto de vista de que o governo federal precisa conter sua “fúria arrecadadora” e preocupar-se com as demandas sociais, principalmente dos que atuam no empreendedorismo. “Não podemos concordar com imposição de Medida Provisória que afeta a sociedade. O governo tem o direito de apresentar suas propostas mediante projeto de lei, sem desfigurar a essência da desoneração, que é apoiada por sindicatos e por dirigentes empresariais. Continuarei firme na minha postura”, anunciou o parlamentar.
O representante do União Brasil cobrou uma solução urgente para o impasse provocado pelo veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao projeto de desoneração, observando que esse veto foi derrubado por maioria expressiva, o que levou o Palácio do Planalto a tentar uma solução intermediária. “O argumento do ministro da Fazenda é o de que o governo federal precisa arrecadar mais impostos para evitar déficit fiscal, mas isto não pode ser feito à custa de trabalhadores que já estão sendo penalizados e que não vêem mais perspectivas de absorção no mercado de trabalho”, pontuou. Efraim Filho assinalou que como consequência do impasse algumas empresas estão recuando na oferta de novos postos de trabalho, “o que apenas agrava a conjuntura”. Ele finalizou cobrando sensibilidade do governo e alertando que os ajustes da equipe econômica não podem se dar em cima do sacrifício da população.