O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, ontem, em Pernambuco, que “o Brasil não pode ficar subordinado à pequenez de quem defende que o governo mantenha a desoneração da folha de pagamento de empresas. Lula reclamou que os empresários que participam das negociações com o governo sobre o assunto não apresentam contrapropostas que possam beneficiar os trabalhadores. O projeto original de desoneração da folha de empresas de 17 setores foi apresentado pelo senador paraibano Efraim Filho, do União Brasil, quando ainda exercia mandato na Câmara dos Deputados. O parlamentar continua criticando a posição do governo, que considera intransigente, em referência ao tema.
“Esse país é muito grande, não pode ficar subordinado à pequenez de umas pessoas que agora estão brigando para que a gente faça a desoneração da folha de salário. Por acaso esses empresários que fazem essa proposta oferecem para nós uma contrapartida? (…) Por que não garantem estabilidade para os trabalhadores durante o período de trabalho? Por que não garantem que uma parte que vão lucrar com a desoneração seja distribuída em forma de salário para os trabalhadores? Só eles querem, só eles desejam”, ressaltou o presidente da República, que está cumprindo agenda por Estados do Nordeste.
No fim de 2023, o Congresso Nacional derrubou o veto presidencial ao projeto que encerraria em 31 de dezembro a vigência do benefício tributário para 17 setores da economia. Dessa forma, a desoneração seria prorrogada até 2027. No fim do mesmo mês, porém, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, publicou a Medida Provisória 1.202, de 2023, que trata da reoneração dos setores a partir de abril de 2024. O governo negocia com o Congresso alternativas para aumentar a cobrança de impostos. Na terça-feira, o ministro Fernando Haddad afirmou que o impacto fiscal com a desoneração poderia chegar a R$ 32 bilhões.
Por outro lado, durante o evento de retomada das obras de ampliação da refinaria de Abreu e Lima, em Ipojuca (PE), o presidente da República disse que o antecessor, Jair Bolsonaro (PL), seu adversário político, é “um psicopata que vive da mentira, da maldade e de ofender os outros”. Cercado por ministros e aliados, Lula disse que Bolsonaro pensa que os que estavam ali com ele são ladrões, comunistas e defensores do aborto. “Como se ele e seus filhos fossem exemplo de família nesse país”, emendou. O presidente também afirmou que seu primeiro ano de governo no terceiro mandato foi para “limpar o terreno e plantar coisa nova” e que o segundo será para a colheita.