O deputado federal Aguinaldo Ribeiro, do Progressistas, rechaçou, ontem, as insinuações sobre suposta deslealdade do “clã” familiar que integra em relação à liderança do governador João Azevêdo (PSB) e aos projetos políticos futuros do chefe do Executivo. Para ele, não há razão para desconfiança por parte de Azevêdo se este renunciar ao governo para ser candidato ao Senado e transferir o cargo ao vice Lucas Ribeiro, seu sobrinho e filho da senadora Daniella Ribeiro, do PSD. “O nosso histórico não é de traição, como é a característica de outros grupos políticos”, afirmou Aguinaldo, sem mencionar nomes diretamente, lembrando que na campanha de 2022 seu grupo apoiou integralmente a chapa encabeçada por João Azevêdo à reeleição, Lucas a vice-governador e Pollyanna Dutra (PSB) ao Senado Federal.
Em entrevista concedida ao programa “60 Minutos”, da rádio Arapuan, o deputado Aguinaldo Ribeiro informou que já conversou pessoalmente com o governador João Azevêdo sobre os desdobramentos da conjuntura política paraibana em 2026 e garantiu que, independente do cenário que possa prevalecer, a função do Progressistas será a de garantir a governabilidade dele, seja com Lucas Ribeiro como pré-candidato ao governo, seja com a senadora Daniella como candidata à reeleição.
– Estamos muito tranquilos e não há pressão de nossa parte quanto à posição que o governador João Azevêdo pretenda tomar, seja se desincompatibilizando do cargo para disputar uma vaga ao Senado, seja permanecendo à frente do Executivo até o último dia do mandato e abrindo mão de eventual candidatura a outro posto eletivo – ressaltou Aguinaldo Ribeiro. Acrescentou que esta é uma decisão “personalíssima” do governador, a quem cabe avaliar os cenários e as suas próprias pretensões políticas. “Em qualquer circunstância, seja qual for a decisão tomada, nós iremos respeitá-la”, assegurou, criticando as especulações em torno do futuro político na Paraíba.
Aguinaldo Ribeiro ainda afirmou que o seu grupo político está participando, ao lado do governador João Azevêdo, das articulações de bastidores para uma definição sobre chapa à prefeitura de Campina Grande nas eleições deste ano em oposição ao prefeito Bruno Cunha Lima, do União Brasil. “É um processo de construção que envolve outros partidos da base do governador e não tenho dúvidas de que chegaremos a um consenso favorável para a vitória do esquema em Campina Grande”, acrescentou. O parlamentar relembrou a sua atuação histórica como relator do projeto de reforma tributária na Câmara dos Deputados e, mais uma vez, comemorou a aprovação tanto na Câmara quanto no Senado.
Disse ter se sentido gratificado com a projeção alcançada e com a participação ativa que pôde vivenciar no diálogo com autoridades, parlamentares e representantes da sociedade para a busca de consensos em torno de uma matéria polêmica. “A filosofia predominante era a da simplificação do modelo tributário brasileiro”, alegou. Aguinaldo definiu que, atualmente, cabe ao Congresso Nacional promover a regulamentação de pontos acordados no final dos debates e dos trabalhos de votação da proposta, para que a reforma tributária possa valer e trazer benefícios para a sociedade brasileira.