Nonato Guedes
Pré-candidato a prefeito de João Pessoa pelo PL e presidente do diretório municipal do partido, o ex-ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, evitou tecer maiores comentários sobre a desistência do comunicador Nilvan Ferreira em concorrer ao páreo pela prefeitura da Capital. “A saída dele não interfere na minha candidatura. Foi uma decisão pessoal e não me cabe falar sobre as suas razões para tanto. Sempre o tratei de maneira distinta, reconhecendo que é um quadro importante na política”, declarou o ex-ministro a este colunista, ontem, acrescentando que está focado na programação da visita do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, a João Pessoa, nos dias 16 e 17 próximos. Neste último, haverá o pré-lançamento da postulação de Queiroga à prefeitura, contando com a presença de líderes locais e figuras nacionais de expressão como o general Braga Neto e outros ex-colegas de ministério.
No vídeo reproduzido em redes sociais, em que comunicou sua desistência em concorrer à prefeitura de João Pessoa, Nilvan Ferreira apontou como causa uma “orquestração” dentro do seu partido, com ramificações em outras legendas, para negar-lhe espaço na sucessão municipal de 2024, e mencionou o nome de Queiroga como um dos supostos expoentes da tal “orquestração”. O ex-ministro, entretanto, não quis polemizar a respeito, lembrando apenas que teve o apoio das cúpula nacional e estadual do Partido Liberal para ser candidato e oferecer uma contribuição ao desenvolvimento da Capital paraibana, mercê da sua experiência como gestor da Pasta da Saúde em plena vigência da calamidade de covid-19, quando deu partida ao enfrentamento da doença mediante maciça campanha de vacinação em todo o território nacional. Reiterou que a sua atuação à frente do ministério em um momento tão delicado para a vida da população o credencia a disputar o cargo de prefeito da Capital onde estão suas origens, além do conhecimento que alega ter sobre os problemas atuais e as soluções que os desafios requerem.
Marcelo Queiroga ressaltou não ter dúvidas de que será beneficiado com transferência de votos por parte do ex-presidente Jair Bolsonaro, que recomendará seu nome. “A conjuntura tem mostrado que o ex-presidente consegue transferir, naturalmente, seu prestígio para apoiadores nos Estados e demais regiões do território nacional”, frisa, mencionando como exemplo maior a vitória do ex-ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, ao governo de São Paulo. Para ele, Bolsonaro é um dos mais conceituados líderes do bloco político conservador da América Latina “e indiscutivelmente um dos maiores líderes políticos do Brasil” e, por isso, sua presença é requisitada nos palanques das eleições municipais, que reforçarão as bases para as futuras eleições nacionais. Entende que o ex-mandatário tem sido vítima de hostilidades e de manobras dos aliados do atual governo de Lula (PT) para afastá-lo de influência no cenário mas que essas manobras se mostrarão infrutíferas diante das perspectivas de reabilitação de Bolsonaro no julgamento das urnas, como consequência do trabalho desenvolvido à frente do cargo.
Pela programação que está sendo organizada, o ex-ministro Marcelo Queiroga prevê que além do evento partidário do seu pré-lançamento como candidato a prefeito da Capital paraibana deverá haver manifestação para contato de Jair Bolsonaro com eleitores e apoiadores seus no Estado, como tem sido do estilo do ex-presidente nas agendas que cumpre, a convite. A respeito da temática de sua campanha este ano, o médico cardiologista informou que não ficará indiferente a temas nacionais que preocupam a população mas admitiu que sua ênfase será dada à propositura de sugestões para o equacionamento de problemas pendentes na atual gestão do prefeito Cícero Lucena (PP), que será candidato à reeleição com o apoio do governador João Azevêdo (PSB). O ex-ministro revelou que o “staff” de coordenação da sua pré-campanha tem trabalhado, no momento, com pesquisas de caráter qualitativo para apurar questões de interesse da sociedade, e adiantou que essas pesquisas têm mostrado que grande parte da população não está satisfeita com o atual modelo de gestão implementado. “Há uma tendência bastante clara pela necessidade de mudanças na forma de administrar João Pessoa e nós acreditamos que iremos encarnar essa bandeira reivindicada pelo eleitorado”, salientou o pré-candidato do PL à prefeitura.
Desse ponto de vista, dará atenção especial às carências que identifica na área da Saúde Pública e que, a seu ver, já poderiam ter sido resolvidas pela administração de Cícero Lucena, mas garantiu estar atento a outras demandas de caráter social e a pleitos de investimentos em obras de infraestrutura que modernizem efetivamente o panorama de João Pessoa, inserindo a capital paraibana no mapa dos centros urbanos em fase de crescimento nos seus mais variados aspectos. Marcelo Queiroga considera ter absoluta confiança por parte do ex-presidente Jair Bolsonaro, explicando que isto já ficou demonstrado no período em que recebeu todo o apoio da parte dele para cumprir missões difíceis à frente do ministério da Saúde. Quanto à ameaça de Nilvan de fazer campanha contra ele em João Pessoa, mesmo sendo candidato a prefeito numa cidade vizinha – Santa Rita, o ex-ministro Marcelo Queiroga asseverou ao colunista que não está preocupado “com isso” e que, na verdade, está interessado “em dialogar com os segmentos da população pessoense” para auscultar suas demandas e se comprometer com a resolução de tais problemas. “Este será o meu papel enquanto candidato”, resumiu ele.