O governador João Azevêdo (PSB) veio a público, em postagem feita através de rede social, contestar a versão do ex-deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB) de que tenha atacado seu avô, o poeta e ex-governador Ronaldo Cunha Lima, já falecido, ao dizer que o “coronelismo político” praticado por ex-prefeitos de Campina Grande foi sepultado pelo novo estilo de ação política em vigor no Estado. João afirmou textualmente:
– Passei por uma campanha duríssima em 2022, enfrentando fortes grupos tradicionais da política paraibana, indo para um segundo turno com Pedro Cunha Lima, sem jamais criticar ou mencionar sequer o nome do seu avô na campanha. Portanto, não seria agora, após derrotar Pedro Cunha Lima, quando se aproxima uma disputa pela prefeitura de Campina, que traria para o debate o nome de Ronaldo. Como os que se opõem ao nosso exitoso governo não têm argumentos para se contrapor a tudo que estamos fazendo de bom por Campina, partem para acusações levianas, irresponsáveis, tentando encobrir falhas administrativas e jogar a população de Campina Grande contra o governo do Estado. A disputa terá que ser feita no campo das ideias e ações, comparando realmente o trabalho de verdade por Capina com quem fica apenas no palanque eleitoral fazendo versos e não trazendo nada de concreto para o povo campinense.
As declarações do chefe do Executivo que provocaram polêmica foram proferidas durante a Plenária Estadual do PSB, realizada na semana passada em Campina Grande, quando houve o pré-lançamento da candidatura do secretário de Saúde do Estado, Jhony Bezerra, a prefeito da Rainha da Borborema pela legenda socialista e pelo esquema de apoio ao governador João Azevêdo. Pedro Cunha Lima valeu-se das redes sociais para rebater João Azevêdo através de um soneto, intitulado “Soneto à covardia”. E enfatizou: “Na lição da mais pura covardia/vem, agora, esse “supersecretário”/ com a memória carregada de calvário/ atacar a memória da poesia!/ E Campina não se esquece que um dia/ um poeta, sua crença, um ideário / dispensando esse seu supersalário / trabalhava com amor e ousadia / E Campina, João, é independente / Não lhe escolhe de maneira consciente / na vontade sempre livre e soberana / Mais respeito à história da cidade / ao descanso dos que estão na eternidade ; e se elevam na sua afronta leviana!”/.
João Azevêdo e Pedro Cunha Lima disputaram as eleições ao governo do Estado de 2022 em segundo turno. No pleito deste ano, o grupo Cunha Lima está fechado no apoio à candidatura do prefeito Bruno Cunha Lima, do União Brasil, à reeleição, e trabalha para engajar o deputado federal e ex-prefeito Romero Rodrigues, do Podemos, à campanha, enquanto apoiadores de João Azevêdo tentam atrair Romero com acenos para uma suposta candidatura dele, novamente, à prefeitura campinense.