O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) foi um dos poucos parlamentares que reagiram ao discurso do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), considerado “ameaçador” ao governo, pela afirmação de que o orçamento da União não pertence “apenas ao Executivo”. Arthur Lira advertiu também: “Não subestimem esta Casa”. Nas redes sociais, Lindbergh, que é natural de João Pessoa, Paraíba, rebateu Lira, que fez campanha para Jair Bolsonaro e tem se encontrado com o ex-presidente nos últimos tempos.
“É sempre no mesmo tom! Chega de ameaças e faca no pescoço”, escreveu o petista em longo texto na rede X, antigo Twitter. “Ora, o orçamento pertence a todos, todas e não apenas ao Executivo, diz Lira. Ok, Perfeito. Só que quem executa o orçamento é o Poder Executivo. O Legislativo aprova o orçamento. Agora, o Parlamento quer impor um esdrúxulo cronograma de execução orçamentária nunca visto na história. Ou seja, o Parlamento quer executar o orçamento. Essa atribuição constitucional é do Poder Executivo”, emendou Lindbergh.
Farias ainda afirmou que a distribuição de emendas parlamentares no Brasil “não existe em lugar algum do mundo” e falou do “descumprimento de acordos” usado por Lira para atacar principalmente o ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais. “Por fim, Lira fala sobre o cumprimento de acordos. Mas, que acordos? Será que não é o contrário? Foram distribuídos ministérios, liberação recorde de emendas e mesmo assim tivemos uma crise permanente no parlamento, onde a suposta base vive votando contra temas importantes para o governo. São muitas as votações que o governo fica isolado com pouco mais de 140 votos”, afirmou.
– Já que Lira fala em cumprir acordos eu pergunto: houve acordo em relação a esse 5,6 bi que o Lula vetou e que estão ameaçando derrubar o veto? A informação que tenho é que não houve esse acordo. Então, Lira, é hora de todos cumprirem os acordos – emendou Lindbergh. O senador Humberto Costa (PT-PE) também criticou a “série de recados” enviados por Lira ao governo durante o discurso, ontem, na reabertura do Parlamento.