Em declarações à “Folha de S. Paulo”, o ex-ministro da Saúde do governo Bolsonaro, Marcelo Queiroga, comentou a reunião ministerial ocorrida em julho de 2022 em Brasília e disse que não houve articulação para ataques às urnas eletrônicas e discussão sobre eventual “virada de mesa” em caso de derrota do então mandatário no pleito. Queiroga e Wagner Rosário (Controladoria-Geral da União) se pronunciaram em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro após a operação Tempus Veritatis, desencadeada na semana passada pela Polícia Federal. O fato gerador da ação autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, foi a reunião ministerial ocorrida em 2022 com 31 participantes. Atualmente, Marcelo Queiroga é pré-candidato a prefeito de João Pessoa pelo PL nas eleições de outubro.
À Folha, o cardiologista paraibano enfatizou: “Não houve nessa reunião e em nenhuma outra, tratativa de golpe ou coisa parecida. As afirmações em contrário servem à narrativa da esquerda para tentar perseguir as lideranças do PL, que é o maior partido do Brasil”. Queiroga acrescentou que Bolsonaro “é um democrata” e exemplificou: “Veja quantas eleições ele participou. Veja que ele pediu que se gravasse a fala dele. Se houvesse uma intenção planejada de golpe seria numa reunião aberta? Não havia intenção de golpe. Havia um descontentamento público com o tratamento desequilibrado do processo. Mas isso já foi superado. Vamos à frente”.
O ex-ministro da Saúde havia programado para esta semana eventos públicos em João Pessoa com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro para lançamento de sua pré-candidatura a prefeito da Capital paraibana, mas foi aconselhado a cancelar a agenda devido ao interesse do ex-mandatário de organizar uma grande manifestação no dia 25 em São Paulo a pretexto de se defender das acusações de envolvimento em uma trama golpista no país. Segundo Queiroga, não há data marcada para os eventos em João Pessoa. Ele diz que a prioridade é a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, que conta com o apoio dos filiados do PL e dos seus seguidores na Paraíba e em inúmeros Estados. Repete o argumento dos bolsonaristas de que o ex-presidente segue sendo vítima de “perseguição política” por parte dos seus opositores que atualmente estão no poder.