A bancada do União Brasil na Câmara dos Deputados decidiu convocar uma reunião da Executiva nacional da sigla para hoje, 13, a fim de discutir o possível afastamento de Luciano Bivar da presidência do partido, ao qual pertence o senador paraibano Efraim Filho. Bivar é fundador do partido e fica oficialmente na presidência da legenda até 31 de maio, data em que Antonio de Rueda, presidente eleito no fim de fevereiro, assume o cargo. Rueda e Bivar brigam pela presidência do União Brasil desde o início do ano.
Na noite de segunda-feira, as casas de praia de Rueda e da irmã, tesoureira do União, foram incendiadas. Os imóveis ficam em um condomínio de Ipojuca (PE), onde Bivar também tem casa. Após o incêndio, uma ala do União levantou suspeitas sobre a participação de Bivar no caso. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, afirmou, em nota, que pedirá cassação do mandato de Bivar por considerar que o deputado tem envolvimento com o crime. Na reunião de ontem, integrantes do partido afirmaram que a situação na sigla está insustentável devido ao racha existente. Além da hipótese de pedir afastamento, também foram cogitados pedidos de expulsão ou de renúncia ao cargo. O deputado Elmar Nascimento, líder da sigla na Câmara dos Deputados, afirmou em nota que Luciano Bivar não representa mais a sigla.
A guerra no União tem disputa pelo controle do fundo de R$ 517,2 milhões para as eleições municipais deste ano. O partido foi criado através da fusão entre o Democratas e o PSL (que era o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro), mas as divergências internas têm se aprofundado, chegando, agora, ao episódio dos incêndios. O partido é um dos maiores do Brasil, ocupa ministérios no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e recentemente assistiu a embates entre Luciano Bivar e Antonio Rueda. Bivar mobilizou-se, inclusive, para tentar impedir a realização da convenção que resultou na eleição de Rueda, a quem considera um traidor.